terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Despertando pelo som


A ressonância como forma de autoconhecimento, de cura e de conexão com o mundo externo foi a tônica desta última meditação. Sentados sob a mangueira no Sítio União, conduzidos por Fábio através das notas musicais das vogais, que ressoaram em nossos chacras, finalizando com o som de um canto mongol, podemos sentir todo nosso corpo energético sendo trabalhado, reestruturado, além de percebermos a ressonância do canto nos conectando com o ambiente em volta: com as cigarras, com o vento, com os pássaros, com a copa das árvores que cintilavam, com a abertura de um novo campo onde parecíamos pressentir a chegada de algum ser mágico.
Por falar em ser mágico, foi visualizada a presença de Dr. Rui Vaz, que queria nos apoiar neste momento de conexão mais profunda, assim como de crianças no plano espiritual, brincando com instrumentos musicais.
Fomos trabalhados de maneira integral, e nos sentimos recuperados de nossos percalços em todos os níveis de nosso ser.
O gentil e profundo apoio da natureza, na qual alguns de nós se sentiu também mais expostos às interferências energéticas, tem se revelado extremamente balsâmico. Em lugares como o Sítio União, onde a natureza não é totalmente virgem, e onde os mais sensíveis dentre nós podem perceber a presença de resquícios energéticos, parece que somos convidados a participar também da cura do local...

Encerramos nosso encontro ao som das risadas de Fátima, que todos nós ecoamos, cada um percebendo uma grande harmonia ilustrada em torno de nós por pássaros inusitados que foram se aproximando, pela própria copa da mangueira sob a qual estávamos abrigados, e pela companhia sutil em filigrana do nosso pequeno príncipe Baobá, a alguns metros de nós. Para a próxima semana, achamos que valia um bis de Sítio União com promessa de mais música.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Som das Esferas



A negro, E branco, I rubro, U verde, O azul: vogais
Algum dia explicarei vossas origens latentes... (Rimbaud)

A sabedoria nativa dos índios, através de Kaka Werá, ressoou em nossos corpos através das 6 vogais (U gutural incluso) e silenciou no sétimo chacra... Entramos em meditação através do som, conduzidas por Fábio Caio, e mergulhamos numa paisagem interna que para cada um ressoou num tom peculiar...

No último som que Fábio cantou sozinho, entrei em conexão com os BAobás e as BAleias, me alinhando com o som das esferas e com seres que vieram redespertar em nós conexões essenciais e esquecidas.

Telma visualizou um trem, vou danado pra catende, que seguia depois de conseguir engatar seus diversos vagões, nossas diversas partes desconectadas, que de repente faziam um todo e podiam seguir viagem. Mas precisávamos aprender a relaxar para poder curtir a paisagem...

Bem sob nossos narizes, uma sabedoria latente sobre a paisagem da alma humana nos chama a atenção... Quem já passou pela constelação familiar sabe que os índios são muitas vezes componentes ocultos de nossas famílias, mal assimilados ou renegados... A sua sabedoria lateja em nós dolorosamente, e não a incorporamos apesar de sua beleza... Agora, ela parece nos chamar, através da ponte feita por Telma com Kaka Werá, Tacaratu, e outras conexões que cada um de nós irá encontrar com facilidade em sua genealogia ou roteiro de vida.

Brincar com essa sabedoria, incorporando-a com experiências lúdicas ou, como irão fazer Telma e Fátima, no contato direto com Kaka Werá, sem dúvida alimentará recantos de nossa alma que ficam senão adormecidos, dolorosamente engessados pela rejeição ou ignorância... Fazer vibrar essa alma em ressonância com a sabedoria e a natureza ancestral pode nos revelar novos e insuspeitados caminhos...

Retomamos contato com nosso pequeno Baobá, e ficou a promessa de ir meditar no Sítio União, na próxima terça, retomando a itinerância e o contato com o bebê árvore... Lá, nos aguardam também as crianças no plano espiritual que enviaram mensagem em meditação anterior... Estamos querendo sentir qual o progresso de sua evolução por lá...








terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Se esta rua fosse minha


Hoje, voltamos um pouco à infância, com suas alegrias e suas dores. Estavamos risonhos, mas foram essencialmente dores que nos fizeram voltar a este período: as dores da febre reumática que Telma sentiu quando pequena, que a atingiu provavelmente pela insistência de seu pai em tratá-la com homeopatia, mesmo com sua garganta já muito afetada. Finalmente, levada às pressas para o hospital (e neste momento eu precisei conter minha indignação, pois eu passei por isso com minha filha e ex-marido, que achava que a natureza podia agir sozinha, enquanto ela definhava com uma diarréia braba, e eu dependia dele para levá-la ao hospital) pôde ser devidamente medicada com antibióticos; as dores de Tona que sofreu por apanhar na infância, sendo desafiado a não chorar, porque homem não chora.

Como sempre, nossos amados anjos dão um jeito de agente se divertir enquanto falamos de coisas que mexem conosco. O interessante é que chegamos à homeopatia por causa do sofrimento de Telma, e pelo seu encantamento pela Farmácia Homeopática Sabino Pinho, com seus grandes armários de madeira e vidro, com aqueles frascos grandes de antigamente, que ela contemplava sentada no balcão da farmácia onde seu pai a colocara.

Da Farmácia Sabino Pinho à rua Sabino Pinho foi um pulo, e de repente constatamos que de algum modo estávamos todos lá, na infância: alguns moraram nesta rua, outros a frequentavam ou nela passeavam; Telma costumava levar sua filha para passear naqueles arredores, assim como minha mãe o fizera comigo muitos anos antes, quando eu era pequena, e iamos até o mercado da Madalena para ver os passarinhos; um outro cruzamento de dados é que a filha de Telma e eu temos o mesmo nome, e minha mãe, por sua vez, se chama Madalena...
Para completar o elenco de dores, a minha, que ficou em filigrana, foi ter tido que me separar da minha mãe com um ano e meio, quando morava na rua Sabino Pinho.

Fátima e Fábio moraram lá, Tona morou numa rua ao lado. De repente nos sentimos com um chão em comum, protegidos pelo Doutor Sabino Pinho.

Este salto para a infância através do médico homeopata me dá agora a sensação de que estamos todos sempre voltando a curas primordiais, e que, quem sabe, podemos encontrar em nós mesmos e em cada um de nós a acolhida necessária para isso. Também me pareceu ser um repensar de Telma sobre seus caminhos com as formas de cura, com a homeopatia, os florais, a farmácia Sal da Terra que permearam sua vida profundamente.

Lembrei-me com grande nitidez que quando eu morava no Paquistão, vinha-me com uma certa clareza que eu iria ter alguma conexão com o Dr. Sabino Pinho, e isto, lembro-me bem, alimentava minha alma de uma forma intensa e confortante, e eu via um espaço terapêutico que tinha um segundo andar (neste momento penso que poderia ser bem a sala da Sal da Terra, ou outra que ainda possa existir). E hoje, o que eu comentei certa vez com Tona como apenas uma conexão de sincronias, ficou para mim quase palpável, pois a "Conexão Sabino Pinho" foi verbalizada por outra pessoa.

Depois, passamos às cobras, através do sonho de Brenda. Telma lembrou que ela é o símbolo da energia kundalini, também é símbolo da medicina, da saúde, da sabedoria. No sonho de Brenda, era uma cobra naja, e ela queria tirar-lhe os dentes para não mais temê-la. Queríamos que Brenda conseguisse interpretar seu sonho, mas não havia elementos suficientes... Na parte final da meditação, Telma colocou lápis e papel à nossa disposição, e começamos a desenhar o que nos viesse à mente. A cobra voltou no desenho de Brenda... Talvez assim, da próxima vez, possamos descobrir o significado que ficou latente no papel. O curioso é que todos tentávamos dar alguma interpretação, e chegamos até Cleópatra, rainha do Egito...
Enfim, entramos em consideração sobre as manhas e artimanhas que cometemos, ou que vemos ser cometidas, sobre Lúcifer, sobre o bem e o mal (que ficou simbolizado para mim nas cobras de cabeça triangular, venenosas, e cabeça oval, boazinhas), sobre Santa Catarina e os saques lá ocorridos, sobre Telma não se dar conta que estava no coração do desastre (ainda bem).

Pretendi desenhar como uma criança, mas meu desenho também não foi poupado de um significado mais profundo. Quis desenhar simplesmente uma flor, mas saiu algo totalmente diferente, e tinha ares de borboleta, semente, orelha, enfim... Fátima e Telma fizeram o esforço de colocar no papel suas visões meditativas, e aí o sentido ficou mais claro... Foi muito bom tentarmos materializar através do desenho as nossas paisagens internas... Além de divertido, muito curativo e expansivo... A idéia é praticar mais este tipo de exercício...

Em conclusão, saimos nos sentindo leves e com um leque de possibilidades de coisas por fazer pela frente...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Rainhas Magas e Mangue

Estava desacostumada às meditações movimentadas que a presença de Telma suscita. Ultimamente, tem havido principalmente silêncio e o exercício de captar nas entrelinhas as mensagens dos anjos. A movimentação intensa de hoje resultou em material de sobra para comentarmos...

De início fomos inspirados pela alegria, tecendo considerações sobre o dia de Reis, juntando os caquinhos de nossos conhecimentos sobre o assunto. Terminamos por montar um painel bastante amplo. À luz deste enquadramento, vieram à tona a ligação de cada um com este dia; em seguida, guiadas pelo anjo de Telma, fizemos o exercício de reconhecer o bebê Jesus, como o fizeram os Reis Magos, viajando para testificar a chegada do menino anunciado...

Marta Rosa lembrou de que alguém algum dia havia perguntado, "se houvessem Rainhas Magas, como se comportariam na cena do nascimento de Jesus?"
O anjo de Telma nos levou até ao mangue, berço de uma parte da fauna aquática. Além das baleias e golfinhos, se fizeram presentes os Flamboyants e os Baobás; e o menino Jesus, luz intensa, pode aportar... Eu o reconheci como uma velha mensagem luminosa, aquela que sempre se renova e que nos espantamos de termos esquecido por tanto tempo. Foi muito bom senti-lo, o que consegui, apesar da dificuldade em visualizar um mangue, lugar com o qual tenho pouca intimidade.


O Flamboyant e o Baobá se transfiguraram em entidades espirituais que também trouxeram o aspecto feminino e masculino em sinergia... Lembro-me aqui de uma mensagem à Celia Fenn do Arcanjo Miguel na qual ele diz que o feminino precisa não ter medo de se render ao masculino, o que proporcionaria a fusão desses elementos; a partir da rendição o feminino se manifesta em plenitude. Hoje, ele tem se tornado um pouco masculino pela necessidade histórica de emancipação, para que possa vir a existir com mais conforto (é o que constatamos, através inclusive do cansaço que esta atitude acarreta).

Recebemos um presente do mangue, cada uma de nós. Poder criativo, sexualidade foram as dádivas representadas por caderninhos, pérolas, folhas, coroa...

E finalmente, a grande alegria do menino Jesus que Fátima visualizou indo se juntar aos golfinhos numa enorme brincadeira... Obrigada Reis Magos, que coroaram suas dádivas com o convite de Sony para conhecermos uma manifestação espiritual de origem africana!