sábado, 29 de maio de 2010

Alegria e organização



Cuidar de nós mesmos é cuidar dos outros; honrando o sagrado em nós honramos o sagrado no outro... Quando conseguimos enxergar a luz dentro de nós somos como uma vela que acende a outra, numa festa de aniversário...

Chovia intensamente e os anjos nos disseram para deixar a chuva entrar dentro de nós, deixá-la penetrar nosso ser como uma cachoeira, limpando tudo... Organizar a partir de dentro...

Abrir novos espaços internos para que a arrumação externa se faça com naturalidade e amplidão...

Precisamos nos cuidar: absorver e transmitir luz é nossa tarefa, mas por sermos como esponjas, também nos contaminamos com as sombras, o que pode afetar nossos órgãos, nos explicaram os anjos. Nossos órgãos internos precisam estar felizes e saudáveis como nossos órgãos externos, que são nossa família, nossos amigos, nosso trabalho, e todas as atividades que exercemos. Uns estão ligados aos outros, e precisamos estar sempre com o coração no coração de nosso momento, de nossa atividade.

Como está nosso coração em cada momento, mas como está também nosso estômago em cada momento? Ele está roncando, ácido, ou dolorido? Ele também quer ser cuidado como o coração. Os anjos compararam a alegria do coração quando vamos ao cinema, a um espetáculo, ou dançar à alegria do estomago quando o alimentamos de forma a fazê-lo alegre.

Assim como precisamos estar sempre renovando nossos ambientes externos, faxinando-os, mudando os móveis velhos, assim precisamos fazer internamente, buscando a construção de um bom funcionamento dos nossos órgãos internos. É preciso fazer as mudanças necessárias com muita paciência, e pedir paz para poder cuidar de si. Estamos ligados à construção da paz no Planeta, e ao fazermos estas mudanças internas, estaremos ajudando na paz externa...
As mudanças de alimentação, de regimes de exercícios etc... deve ser buscada por cada um de nós de maneira paciente e amorosa... Guiados pelo sentido da alegria, da amorosidade, podemos encontrar as formas de nos cuidar que nos façam mais felizes.

Em seguida à mensagem dos anjos, recebemos recados da Yellow Walking Iris, cheia de luz na varanda de Telma.

Como enquanto a recebi fui transmitindo oralmente, não pude anotar, mas em grandes pinceladas vou tentar colocar algumas coisas do que nos disse:

"O riso é algo que organiza, também, pois nos conecta com o nosso espírito. Quando rimos, organizamos nosso ser interior, e portanto, nosso exterior também...

A nossa chama da alegria está sempre acesa, mesmo quando chove dentro de nós. Recontactar com esta chama é sempre possível, e ela reorganizará o sentido das coisas para nós, mesmo nos momentos mais sombrios..."

Beijos.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Palavra boa de habitar fundo o coração do pensamento (C.Buarque)



A luz do sol entrando na sala e em nossas almas (é incrível como o sol às vezes incide numa parte interna de nosso ser, durante a meditação, e não só na sala do apartamento), sons externos, vozes internas, sofrimento e alívio, e um exercício novo de silêncio que nos foi dado desenvolver nesta última meditação, nos movimentaram muito internamente.

Não houve mensagem explícita dos anjos, não houve nada dito por Telma a priori, e ficamos vagando ao sabor do nosso mundo interior. Pensei até numa greve de palavras por parte de nossa amiga, e fiquei num aguardo doloroso de suas mensagens sempre tão coloridas e aconchegantes. Mas, paciência... Às vezes é preciso silenciar, para ouvir novos sons entre nós, para abrir novos espaços internos que desenhem novos espaços externos.

Senti muito desconforto do lado esquerdo do peito, e me pergunto agora se esses sofrimentos eram meus, ou se vieram de não sei que lado do mundo para serem aliviados, como o foram posteriormente. Reverencio agora este trabalho dos anjos, que ressoa em mim com uma dimensão franciscana, "onde houver tristeza que eu leve alegria", e apesar de ter arrastado uma certa melancolia semana afora, sei que aquela dor foi consolada, e vi a luz atravessar minha alma.

Voltando do silencioso momento para partilharmos as mensagens das cartas do Caminho Sagrado, Telma nos revela que os anjos lhe falaram do valor da internet como meio de entrarmos em contato com nosso interior, como um espaço de interiorização rico de possibilidades... É o que sinto sempre que escrevo aqui no Obaobá, a alma é banhada e guiada para além do burburinho do dia, e me são reveladas as palavras que me ajudam a descortinar um novo sentido da experiência.

Para não me perder no caminho, havia combinado com Telma e comigo mesma que iria reproduzir aqui apenas as mensagens dos anjos, e não a parte da meditação que Brenda comparou com humor e propriedade com o programa "Saia Justa", onde Maitê Proença brinca dizendo que se trata ali de psicanálise selvagem. De fato há sempre pelo menos estes dois momentos em nosso encontro, o dos anjos falando, e aquele em que compartilhamos nossas preocupações e opiniões a respeito de assuntos os mais diversos.
Bom, dessa vez quem ficou numa saia justa fui eu, em busca de inspiração, mas vi que os anjos abriram com o silêncio a possibilidade de refletir sobre a liberdade que existe aqui, saltitando quanticamente com cada letra do teclado.

Arrivederci amici!

terça-feira, 11 de maio de 2010

A poesia da árgila



Argila maleável foi o presente dos anjos nesta meditação, onde Telma, Brenda e eu estivemos de corpo presente, e onde muitos compareceram em espírito, numa espécie de facebook espiritual, que se abre a cada terça, e que a sensibilidade de Telma nos sinaliza.

"Não existe nem bem nem mal", disseram os anjos, respondendo a colocações que haviamos feito anteriormente, "existe a vida". Descobrir a matéria "tão fina" de que ela é feita, transcendendo as noções usuais de bem e mal, dualidades que parecem, vistas a partir dos espaços sagrados que criamos, uma generalização, foi uma das facetas do exercício com a árgila.

Na meditação, os anjos nos conduziram a nos sentar ao sopé de uma montanha, ouvindo os sons das águas de um riacho, abençoadas pelo vento leve que trazia aconchego, e nos presentearam com bolinhas de argila que surgiram ao nosso lado.

Fomos convidadas a esculpir com elas o que precisassemos, desejassemos, indo ao encontro da necessidade de cada uma, e pudemos acessar um dos sentidos profundos da criação. Criamos o que precisávamos e também o que nos confortava, o que nos esclarecia, o que acendia em nós direções e estrelas de Belém.


Completadas com cores e cozidas no fogo de um forno, nossas esculturas ajudaram a dar novos sentidos à vida, juntando as peças de um quebra-cabeça em forma de árvore, como para Telma, formando um móbile com flores e planetas, como para mim, redirecionando o sentido da cura, para Brenda.

A revelação de significados mais profundos para os momentos que vivemos, ou de um novo sentido, é um processo de criação muito prazeroso e lúdico, nos conecta com nossa criança interior e com o sentido de nossa existência. Um quebra-cabeça é feito de peças desconexas que de repente começam a fazer sentido quando organizadas de certa maneira. Buscar este sentido no que nos é apresentado diáriamente em nossas vidas pode ser um exercício de revelação e de aprofundamento de seus cursos. Podemos fazer do pão-argila nosso de cada dia uma fornada que sacia o corpo, ou uma nova criação, um pão com ingredientes que reverberam em outras esferas do nosso ser, quem sabe, com pitadas de anís, de gengíbre, ou hortelã, pitadas de memórias ou de sonhos...
Materializamos na árgila o que ia em nossas almas, em nossos espíritos... Pareceu-nos que isso é o que precisamos fazer cada vez mais, ir ao encontro destes apelos, e, com carinho, esculpir nossos sonhos, pois eles correspondem a um sentido mais profundo, um quebra-cabeça que nossos espíritos trabalham em silêncio para nos revelar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Em busca do fluxo gentil do rio delicadeza

Para onde vai a delicadeza, quando vamos para o mundo das coisas concretas... A gentileza e a delicadeza do mundo invisível, dos anjos, que estão sempre prontos a nos ajudar a permear nosso mundo e nossas ações com gentileza, pode ser uma referência sempre accessível ...

A delicadeza brota naturalmente quando estamos sendo gentis conosco mesmos, e quando buscamos nosso conforto no mundo. Esse aprendizado às vezes passa por extremos desconfortos, mas alguém gentil, ou nossa alma gentil toca seu acorde, e acordamos, para o mundo delicado que estava recôndito em nós.

Dessa vez foram os anjos que nos guiaram para o fluxo do rio delicadeza, levando-nos a imaginar uma cachoeira numa montanha, e nosso corpo se transformando na água desta cachoeira em busca de seu leito, abrindo um caminho confortável, tendo o sol e o vento como guias.

Fomos depois levados a inspirar profundamente e a imaginar um cesto onde colocar todas as questões que sentimos nos afastar da gentileza. O peso das preocupações ali acumuladas foi sendo dissolvido por uma luz verde, emitida por nosso anjo pessoal. Para nos ajudar a nos despojar delas completamente, pediu-nos para retirá-las de nós assim como tiramos uma roupa, sabendo que não somos essas vestimentas, não somos essas preocupações.

Fomos conduzidos a escolher uma roupa presenteada pelo universo, e, nos sentindo leves e fresquinhos com elas, colocamos os cestos de preocupação no centro do círculo, deixando que o rio as levasse, o sol as dissolvesse e a terra as acolhesse.

Sentir a natureza acolhendo e dissolvendo as preocupações nos fez voltar a um estado original de inteireza, engraçado e interessante, como se o que haviamos acumulado em inquietações tivesse ido se alojar numa paisagem e se tornado parte dela, como naqueles jogos dos sete erros em que descobrimos detalhes destoantes ou diferentes em fundos semelhantes, uma paisagem antes e depois de termos lançado nelas nossas aflições.

Internamente a paisagem se fez mais clara, e as preocupações foram assimiladas e transformadas na natureza, pelo amor profundo dos quatro elementos, pelo fogo, a água, a terra e o ar, numa alquimia divertida e profunda.

Até a próxima...

Abraços.