terça-feira, 21 de julho de 2009

Àrvores como passagens secretas da alma.

É dificil voltar a escrever quando se sente que se mudou, fico buscando um molde antigo que não me contém mais, nem as palavras parecem ter a mesma vibração de antes. E é esta vibração que vai me conduzindo, como uma tocha, pelo caminho a ser desbravado, pois, como lembrou Tona, no início era o verbo.
O que percebi na nossa meditação de hoje, que parece ter versado sobre o exercício do não julgamento, do acolhimento do outro, sobre tentar evitar querer colocar tudo em rótulos, foi a liberdade e a confiança que sentimos em falarmos de algumas de nossas experiências, e também a possibilidade que tivemos de ampliar nosso olhar sobre questões sérias como a de doenças que acontecem muito próximo a nós e que nos interrogam. Alzheimer, câncer, Parkinson, são doenças que mexem com a nossa natureza profunda e que, para além do sofrimento, nos colocam diante de enigmas.

O mundo está mudando, a forma de se expressar também, estamos ficando mais sintéticos, e com isto estamos nos expressando melhor ou pior? Estamos conseguindo nos expressar? Hum hum...


É, talvez tudo esteja saindo dos seus moldes antigos, as palavras saindo de seus moldes de chumbo e se tornando mais leves, saltitando na tela do computador. Também os moldes das maneiras de se relacionar, as formas de sexualidade, os desafios de nossa condição humana...


A velha pergunta para onde vamos está também mais palpavelmente desafiante. Quando constatávamos isto, fomos sendo profundamente acolhidos pelo trio Baobá, Flamboyant e Mangue, na forma de um floral que Telma confeccionou e espargiu em nossas auras, ajudando a revelar as passagens secretas de nossas almas. E entramos em conexão profunda, cada um escolhendo com qual árvore se ligar. Acho que talvez tenhamos tido algumas revelações, sobre a natureza de nossas almas e das árvores que nos ajudaram neste processo.


A mim, me veio com clareza o Flamboyant. O vermelho de suas flores incendiou partes densas de meu ser e me revelou um alguém mais leve, escondido atrás de mim mesma. Tona viu com clareza partes da doutrina de assinatura da flor do mangue vermelho com sua canetinha que, ao se soltar da planta e ir para a lama parece já ter seu destino inscrito antecipadamente, destino que às vezes parece não vingar, pois a planta não "pega".
Fátima se insurgiu contra a orientação de Telma e escolheu se ligar à mangueira do Sítio União, à sua copa acolhedora, bálsamo dos mais profundos. Quanto a Telma, não nos falou com que árvore se conectou, então fica sendo a surpresa da próxima semana.
Os anjos hoje passearam sem problemas por nossas almas, e saimos leves e felizes.












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