terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Caleidoscópio
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Itinerância
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Sinergia
Acolhidos por Fábio e Fátima no Sítio União, nos rencontramos como depois de férias, reconhecendo a cada um e ao mesmo tempo cientes de que haviamos mudado...
Na varanda da casa de Fátima, rodeados de árvores, iniciamos nossa meditação... O vento soprava delicadamente fazendo tilintar o mensageiro dos ventos... Grilos ritmavam o tempo, cachorros confabulavam, o canto dos pássaros coloriam a atmosfera... Formamos nossa árvore, alguns a árvore do grupo, e mergulhamos no silêncio... Aproveitei o som dos grilos para subir até a Anternet, e lá fiquei flutuando como numa estação espacial. Encontrei meus tios para uma sessão de cura (ele está com câncer). Sorriam-me como se estivessemos num parque de diversão. Depois, vi que todos do grupo voavamos como Super-Homem, formando uma roda cujo centro eram nossas mãos dadas. Voávamos para brincar e para experimentar nossa qualidade de seres cósmicos...
Saindo do silêncio meditativo, nos demos conta de que o vento havia regido nosso recolhimento, e que, como fazem os tibetanos, podiamos tentar traduzir as qualidades divinas que ele transportara. Fomos ver a muda do Baobá, muito lindinha, que Fátima rega quase todos os dias... Muitas folhinhas brotando, e o caule começa a ter na base um ligeiro colorido cinza... Ficamos encantados com ele.
Foi só no café da manhã, em casa de Fábio, que começamos a falar do nosso silêncio e timidez em compartilhar nossas paisagens internas durante a meditação... E enquanto falávamos, cada um um pouco do que viramos e sentiramos, nos demos conta de que a tônica de todos tinha sido a percepção da conexão e da coesão do grupo, o sentimento de que nossas energias se fundem, como o fazem os troncos dos Baobás. Alguns outros elementos em comum apareceram, como a energia da criança através de Fátima e Ivete. A primeira entrou no tronco de um Baobá e foi brincar no seu interior, a segunda viu Telma, recheada de energia infantil, saindo de um dos Baobazinhos que formavam um círculo... Estar dentro do Baobá... Ele pareceu estar sendo uma matriz para nosso renascimento.
Mais tarde, quando fiz um intervalo para me exercitar, observei na academia e na praça por onde passei, detalhes que me chamaram atenção para o fato de que, talvez agora, nós não estejamos mais desconectados, e que funcionamos como um bando de pássaros que andam em sincronia... Acompanhamos o vôo de cada um, enquanto voamos o nosso próprio, que é um pouco o do outro... Há um entrelaçamento que funde o individual numa sinergia, gestada pela matriz do nosso Baobázinho. Mesmo ainda tão pequeno, ele nos dá segurança, assim como a ausência de Telma conectada em sinergia nos proporciona crescimento.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Cartas da alma
Primeiro, uma certa interrogação por causa da chuva... Será que daria para ir à Jaqueira? A criança dentro de mim não hesitou, queria ver e ouvir os passarinhos, as árvores, o colorido luminoso da vegetação. Mesmo que não vá ninguém, não faz mal, pensei, desejando muito não estar só, e sabendo que não o estaria.
Mariana
Telma Buarque de Blumenau.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Conexão dos pássaros
As flores em todas as fases, umas secas, outras bem abertas, algumas fechadas em uma linda bola verde. Foi um Natal...
Neste momento chegou um periquito verde, daquele verdinho que parece sair de um livro de colorir pela precisão do tom...
Para ficar junto à nossa querida árvore, verificamos que precisamos mesmo fazer alguma coisa. Não conseguimos meditar lá, não tínhamos como sentar, e o mau cheiro não nos deixou ficar. Então, rumamos para a Jaqueira. Buscamos um lugar para sentar, não ficou longe do Baobá pequeno, e logo fomos rodeados pelos pássaros, pelos canários, periquitos, lavadeiras, e outros, que teceram em torno de nós uma atmosfera enlevada com seu canto. Não foi difícil, protegidos pelo som do canto dos passarinhos, entrar em meditação. E de repente, sentimos a suspensão do tempo e todos os barulhos sumiram como que por encanto.
Os pássaros, cada um com seu trinado, pareciam ecoar sua conexão com uma dimensão mais sutil. Neste momento, passou uma dupla de amigos rindo às gargalhadas, e sem querer comparei o som dos pássaros à risada de um deles. O tom em que cada um ressoava foi tão diverso que me lembrei de uma das aulas de Lori Wilson, em que ela explica que somos uma espécie desconectada, não temos nem antenas, nem cauda, nada que revele nossa ligação com outras dimensões, mas que mesmo assim sobrevivemos... E foi esta sensação que tive ao ver as pessoas andando em círculo pela pista de cooper, apesar da desconexão, sobrevivemos. A movimentação dos pássaros, seu vôo em bando, sua aterrissagem sincronizada, em dupla ou em trinca, tudo nos fazia sentir um entendimento mais profundo entre eles... Ao contemplar as pessoas andando na pista, ficou evidente aos nossos corações a desconexão de nossa espécie, e a sua vulnerabilidade... Ao mesmo tempo a nossa possibilidade de expansão através das ondas meditativas, do silêncio, do nosso espírito.
Foi bom poder sentir, como não o fazia há muito tempo, a natureza, a cidade, as possibilidades de sua transformação e de curtir o verde como uma ressonância de nossa alma, os pássaros como guardiões do encantamento.
Valeu!
Mariana
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Tecendo milagres
As diversas coisas que estão acontecendo com cada um são absorvidas e curadas neste espaço, trabalhadas como instrumentos para o crescimento e a expansão amorosa. E esta conexão está se fazendo real e presente mesmo estando nós em lugares diferentes.
No nosso canal Baobá mora um anjo que acomoda o coração e o expande para o universo. Os pesos se esvaem e conseguimos adquirir uma visão global e sentir o conforto do acalanto. Entramos num espaço onde somos acolhidos e podemos nos conectar com a sintonia amorosa do universo...
Parece cada vez mais premente o exercício de lançar amor na atmosfera, para desmanchar os pesos e colorir novamente o mundo a partir do coração. Daí a importância da criatividade, do riso, das crianças...
O Natal vai chegando e este ano o nosso pinheiro se transformou em Baobá, em Baobás... Talvez possamos incorporar dentro de nós a essência criativa das árvores e acender a luz que elas lançam sobre nós como seres estelares.
PS: Quando já ia finalizando este relato, Paula Veras chegou e falou que havia direcionado a meditação para as vítimas da enchente em Blumenau. Foi muito bom saber disso pois explicou também em parte as dificuldades que sentimos e ter percebido que Telma, que está lá ministrando curso ter aparecido na meditação pedindo ajuda... Que os anjos continuem presentes por lá com sua assistência amorosa.
Mariana Alencar.
Alinhamento e conexões
Uma das mensagens desta terça-feira referiu-se ao metabolismo, a necessidade de aperfeiçoá-lo ou acelerá-lo, para tornar possível inalar, absorver e exalar toda a energia, acontecimentos, pessoas, enfim, todo o contexto onde estamos inseridos... e assim, equilibrar, balancear, alinhar...
Com esse alinhamento fui unir-me ao círculo entorno do Baobá, Baobá que está se alargando, suas proporções estavam tão imensas que parecíamos formiguinhas, muitas formiguinhas, que olhadas de longe eram pontos de luz, espalhados pelo mundo.... muitas pessoas, muitas formiguinhas, muitos círculos, formando caracóis e se integrando.
Essa visão do conjunto, nos sentir pequeninhos, e muitos, unidos e brilhantes foi reconfortante e bem diferente da sensação que tive ontem, quando andando a caminho de casa, me imaginei formiguinha, no meio de tantas pessoas indo e vindo, apressadas, carros, barulhos, movimento, muito movimento, e uma certa insignificância... Às vezes precisamos mudar nosso ponto de vista, ou ampliá-lo para entender nossa significância e enxergar as conexões.
Assimilação e equilíbrio; visão do todo, do conjunto, conexão do grupo... foram as notas deste dia.
Samanta
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Espaço Sagrado
Noutro ponto da conexão....
Nos harmonizamos com o Baobá do S. União e nos recolhemos embaixo de uma mangueira, lugar que está se tornando sagrado, desde que Fábio começo a habitar estas terras. Foi uma viagem com fácil acesso, tranqüila e serena, onde quase todos estavam presentes.
A chave foi "ampliar a consciência no contato com espaços sagrados", adicionar atenção e reverência ao adentrar, estar e sair de cada lugar/espaço, se ligar nas permissões, as benções e agradecimentos. A sintonia possível, parece se dispor no caminho a medida que o sagrado do espaço interno, reconhece, expressa e acolhe o sagrado que se apresenta.
Sorte, serenidade e alegria a quem deseja... lembro G. Rosas "Somente com alegria é que a gente realiza bem - mesmo até as tristes ações".
Ivete L.
Caminhos da materialização
A imagem do anjo me entregando o bloco e a caneta me remeteu ao dia em que Telma e Neuzinha me entregaram o bloco para os relatos da meditação. Na ordem inversa do que normalmente acontece, o anjo parecia retificar a minha "tarefa". Isso me fez tomar consciência de que estamos vivenciando no grupo coisas que antes foram planejadas em outro nível, e que estão se precipitando na realidade. Assim foi com o Baobá que plantamos; consultando anotações, verifiquei que em abril deste ano fizemos uma meditação em Aldeia onde apareceu um Baobá no centro do círculo que formamos, e tivemos a sensação de que chegaríamos a plantar uma dessas árvores. Depois, por diversas vezes, sentimos em meditações a necessidade e a vontade de plantar árvores... Essa precipitação das coisas concebidas em outro plano no material ficou de repente muito evidente, fazendo uma ponte com aquela em que começamos a aprender a visualizar nossa paisagem interna. Ao mesmo tempo, essa sensação se consolidou com a lembrança de que na semana anterior eu havia definido com minha amiga francesa uma data para minha viagem à França no ano que vem ...
Ficou nítido que os anjos chamavam nossa atenção para a materialização de experiências planejadas em outros níveis dimensionais, e ressoou de forma um tanto solene que materializações como o plantio do Baobá no Sítio União, ou a preocupação com o Baobá da Ponte d'Uchoa carregavam um significado mais abrangente e profundo do que poderiamos pensar...
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Dores da transformação
Os tempos que vivemos são de guerra, dizem alguns... E talvez estejamos fazendo nossa guerrilha de resistência ao meditar ao pé do nosso Baobá... Ou talvez os tempos não sejam de guerra, mas simplesmente de transformação, causando a mesma dor de crescimento que o adolescente sente com as mudanças internas e externas às quais é confrontado...
Despedimo-nos nesta última meditação em que nos reuniremos pessoalmente este ano com a sensação de que sementes foram plantadas, e que precisaremos nos dedicar a elas: a muda do Baobá, plantada no Sítio União que visitaremos regularmente, o Baobá da Ponte d’Uchoa, o nosso Blog e grupo, além das semeaduras individuais... Ao cuidar dessas sementes, nós vivificamos nossas árvores, nos identificamos com a natureza e seus ciclos, e conseguimos compreender melhor toda essa transformação que vai ai por dentro. Desconfio que estamos um pouco semente de Baobá, com expectativas e receios próprios de quem acaba de germinar...
Mariana Alencar
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Constelação familiar
Na meditação de hoje, o tema da família surgiu naturalmente, trazido pelos Baobás... Família, família, “essas pessoas na sala de jantar”... Uma matriz interessante, finalmente, que parece imprimir em nós o que precisamos curar... Nossas questões ficam abrigadas e modeladas por esse conjunto de almas que nos acompanham ao longo da vida, e que depois de partirem, continuam compondo nossa constelação. Hoje, enquanto trocamos figurinhas sobre nossas famílias, ficou evidente que nossas questões são ao mesmo tempo únicas e universais. Cada uma das famílias pareceu ter temas principais, sentimentos mola em torno dos quais se movem cada um de seus membros, compondo assim configurações particulares. Como é abordada a questão da sexualidade, da autoridade, da fraternidade. Como é a inveja entre irmãos, como são vividos os diversos complexos... Cada aspecto desses reveste um matiz e um tom em cada uma de nossas famílias, e assim elas vão compondo sua própria sinfonia...
Às vezes, as notas dessa sinfonia são meio fortes, outras destoam, outras ferem, mas outras são cristalinas e curativas...
Ao mesmo tempo, fomos tomando consciência de que existe uma cura mais profunda se processando ao nível da cultura familiar local, com questões que se expandem para as relações sociais... A dimensão não foi apenas pessoal, ela se ampliou, atravessando o tempo, o espaço, e as gerações...
Para aqueles de nós que participaram do plantio do Baobá, houve a consciência de que determinadas questões que há muito existiam em nós começaram a vibrar com uma nova clareza... O Baobá nos trouxe a força necessária para poder encará-las.
Constatamos que, apesar da seriedade de certas questões abordadas durante a meditação, nós demos muitas risadas com os comentários paralelos (inclusive com o de que algumas pessoas no espaço Logos se perguntam o que se passa em nossa sessão meditativa: estaria Telma, nossa coordenadora, aplicando um método de cura inusitado à base de riso?). Essa leveza trazida por nossos anjos compôs a atmosfera necessária para que pudéssemos verbalizar muitas das facetas mais difíceis que compõem nosso tecido de vida e nossas conexões familiares...
Só nos restou agradecer a presença dos anjos e reforçar nosso desejo de cuidar do Baobá da Ponte d’Uchoa, que nos pareceu ser aquele que dá o tom maior na constelação da família dos Baobás da cidade...
Mariana Alencar