terça-feira, 28 de abril de 2009

Beleza, Clareza, Amor.


Aos poucos, sinto minha viagem à França se concretizando com alternâncias de alegria profunda e rasgos no meu plexo solar. Apesar de não ser por um tempo excessivamente longo (40 dias), sei que sentirei saudades. Há um pouco mais de duas semanas para a viagem, já estou conversando com Telma para que ela crie coragem de fazer os relatos aqui, semanalmente.

Hoje, em nossa meditação, falamos um pouco de como o espaço do obaobá nos ajuda a criar coragem, esperança, leveza, e, como os anjos nos lembraram, amor, beleza, clareza, para o que estamos empreendendo em nossas vidas. No obaobá temos encontrado este apoio, em momentos diversos. Lembramos alguns deles: Fátima para se mudar, Telma, para dar apoio a sua mãe, também no período de enchentes em Blumenau; quando me operei no ano passado, foi também neste grupo que senti apoio e segurança, e por aí vai. Para esta viagem também colhi bases profundas no obaobá.
No entanto, ainda continuamos a nos questionar sobre o que estamos fazendo. Parece-nos muitas vezes que estamos meio em dívida, poderiamos estar fazendo mais, servindo mais... E Tona veio em nosso socorro: é que às vezes o fato de estarmos, de simplesmente sermos já traz uma nova luz ou tonalidade a certas situações, a energia de que somos nutridos e que ancoramos transforma e cura o tempo todo. Essa visão é bem tranquilizadora, até porque, na verdade, já temos um bocado de coisas que nos requerem no dia a dia. Porém, não deixa de ser verdade que podemos contribuir mais, não como caridade, como bem disse Brenda, mas como forma de estimular as trocas e as transformações. Esta ótica me parece profundamente sábia, e deixa liberdade a nossa alma para ir buscar o que ela quer movimentar, criar, contribuir com.

Nossos anjos pediram para que fossemos buscar um lugar de conforto dentro de nós. Que lugar mais confortável existe em nossa alma, onde podemos relaxar em nós mesmos, neste momento? Telma visualizou esta conexão profunda nos atendimentos e nos cursos de floral e consciência energética. Brenda transitou pelos momentos em que deu suporte, até o fim, ao seu filho no hospital, e agora a seu tio. Eu me visualizei no colégio onde estudei em Argel, contemplando a vista da baia da cidade, nos intervalos das aulas (acho que para mim os intervalos são importantes, agora materializados em nossos encontros meditativos). Para cada um de nós a vida tem apresentado muitas transformações, de semana a semana. O que conseguimos realizar fica às vezes muito aquém do que gostariamos, e no entanto, ao sentirmos o apoio renovado que recebemos, conseguimos recontactar-nos com mais facilidade com o essencial, buscando um foco cada vez mais claro das ações do nosso caminhar. E hoje recebemos bem nídido que ele deve estar permeado de beleza, clareza e amor. Não é tanto o que fazemos, mas também como fazemos. Assim, Telma que está sendo chamada a voltar a entrar em contato com a arquitetura poderá exercitar isso: seu olhar transformado certamente contribuirá com uma nova sensibilidade nesta sua atividade. Assim como Fátima, que de repente se dá conta de que sua ajuda transformou sua mãe e sua avó em belas damas no dia do aniversário de seu pai, e ficou mais consciente do recado dos anjos de que ela tem como missão o ancoramento da beleza. De repente, ficou fácil perceber e entender.

Assim, de semana a semana, nossa gratidão é sempre renovada pela percepção do que estamos curando, recebendo, e transformando. Às vezes chegamos cheios de apreensão quanto ao mundo, quanto ao que será... E é muito bom podermos receber essas mensagens de conforto, de elucidação, de cura, de ajuda para manter o foco na beleza, na clareza e no amor.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Alegria, alegria: por que não?

Estava, desde ontem, tentando achar um fio condutor para escrever aqui sobre nossa meditação. O que me ocorreu foi alegria: o espaço de criatividade e de transformação que a alegria traz e torna possível.

Tudo começa com a imagem ainda persistente em minha mente de um remador matinal num caiaque pelo rio Capibaribe. Estava a caminho de me encontrar com Tona e Telma na Padaria Cidade Jardim para irmos ao Sítio União, quando o vi deslizando pelas águas plácidas do rio. A luz da manhã transformara a cor normalmente lodenta em um verde mais claro, salpicado de luminosidade. Ousar navegar um rio sujo é trazer uma nova alegria a suas águas, e nos fazer enxergar possibilidades que a sujeira subtraiu. E põe em marcha a recuperação do rio, em algum lugar de nossos corações.

Depois, a história apresentada em um curta-metragem que Telma nos narrou, sobre uma comunidade do interior que, durante uma reunião da associação de moradores, é contagiada pela alegria de um deles que conhecera o mar; todos resolvem então se organizar, locam um ônibus, e vão ver o mar. A alegria, o espanto deles é imenso. E essa energia toda faz com que, em seu regresso, eles construam juntos uma sede para sua associação, para abrigar seus projetos.

E, mais adiante, mais alegria e transformação com a resolução de Fátima em comprar a casa. Telma visualizou a felicidade dos anjos com a decisão, deram até dicas práticas de como e onde colocar flores coloridas em jarros na casa. Em seguida, participamos de uma sessão de cura com eles, focalizando principalmente Fátima, mas, como sempre, os espelhos e as curas reverberaram em nós. Os anjos sabiamente fazem refletir de forma criativa as questões que estam sendo curadas de uns para os outros, de forma a que, através de imagens, sentimentos ou lembranças o enfoque caiba em nossa alma e aprofunde nossos processos de cura. Enquanto Telma se dirigia a Fátima, senti que Tona e eu ancorávamos nossos anjos, para trazer uma vibração de acolhimento.

E fomos renovados, com a mudança da energia no líquido de nossa coluna vertebral. Aqui, pela primeira vez, ouvi Tona dizer claramente, em alto e bom som, que ele havia sentido todo o processo acontecer em sua coluna. Quanto a mim, visualizei uma âncora adentrando a minha, e a curvinha de suas hastes se acomodaram com os osso da bacia. Tentei imaginar porque me veio essa imagem: âncora é, como vimos, símbolo de esperança. Senti que ela ia sendo alçada aos poucos: talvez em relação a minha viagem à França que se aproxima, onde novos ares vão ajudar a trazer outras naturezas de energia aos meus líquidos.

A sessão de cura passou por Ivete, que Telma visualizou em processo de cura intenso, e prolongou-se até nossa volta, passando pela padaria, para um café restaurador. E, apesar do incômodo de reviver certas experiências que os processos de cura haviam sucitado, fiquei imensamente feliz de estar podendo perceber que estamos no caminho da alegria. Lembrei-me por exemplo do tempo em que fumava (pois falamos da questão das drogas, de como elas permearam, ou permeiam nossas vidas), e de como procurava, através do tabaco, ir ao encontro de sonhos, sonhos de romantismo, de realizações da alma, de não sei bem o quê, já que comecei com 16 anos, indo até os 30. Percebemos que, ao meditarmos em grupo, e deixarmo-nos conduzir pelos anjos, estavamos realizando o que alguns buscam fazer a partir de alucinógenos. Mas a diferença é que a alegria, a transformação, a orientação que recebemos dos anjos é algo que não se consegue através das drogas, principalmente da forma em que são utilizadas o mais das vezes, fora de contextos sagrados. E me dou conta de que, talvez, ao buscar esses expedientes, nós na verdade estamos em busca de nossa essência, de poder receber diretamente em nossa alma tudo isso que buscamos. E percebi com clareza o amortecimento que provoquei em meu corpo e em minhas emoções com o uso do tabaco, por não saber, não poder acessar fontes de sabedoria inatas a minha alma, que busquei no fogo "sagrado" do cigarro.

Por fim, recebi bem claro que seria salutar nos aproximarmos do anjo do rio, perceber a sua natureza e suas mensagens, tentarmos ouvir as mensagens dos anjos das árvores... O que vem fazer uma ponte com o que li em Celia Fenn: estamos numa época em que nossos corações estam sendo renovados para podermos entrar em contato com a natureza. Mas isso requer uma limpeza do medo acumulado pela nossa desconexão com ela. E lembrei de Telma: ela sentiu que seu coração estava sendo profundamente curado, com alavancadas que chegavam a fazer sons: "pla!, pla!, pla!", e uma nova abertura se fez (tirando o medo de que fosse uma ataque cardiáco, essa transformação foi mais uma alegria trazida pelos anjos).

terça-feira, 14 de abril de 2009

A natureza de nossos rios

Estou aprendendo, desde a semana passada, a considerar a questão das transferências, dos espelhos, acho que de tanto Telma repetir, e, finalmente, por ter sentido isso ao vivo e a cores com o caso do cliente que atendo por msn. A partir daí, aquela expressão "pimenta nos olhos dos outros é refresco" não se aplica, ou melhor, talvez sejam essas algumas das maneiras de aprendermos que de fato, não é assim.

Na meditação de hoje parece que vivemos um pouco isso. Questões que nos parecem estranhas, ou pessoas que não conhecemos podem nos afetar, por que estão também dentro de nós. Na verdade, sinalizam pontos a serem curados, para que possamos fluir com mais inteireza na correnteza da vida, e, pela mesma ocasião, ajudar o outro a desmanchar seus nós também. (Abordamos questões de trabalho, doença e morte, dores e confusões). A questão da memória "seletiva" foi um ponto interessante: existem "lembranças-chave" que não são apenas uma recordação, mas uma sinalização... Acho que temos vivido muito isso, a interligação de certas lembranças vão formando uma paisagem nova, que de repente traz um novo sentido e assinalam uma direção a tomar.

Entrecruzamos muitas informações sobre diversos assuntos, e o que mais ficou presente em mim foi a questão da revitalização dos rios, como está ocorrendo em Seul. É que ficou registrada em minha alma, uma conversa nos anos 80 com a sogra já falecida de uma ex-cunhada, Elitza, no Rio. Ela me contou que quando era jovem, de passagem por Recife, ficou encantada com certos córregos de águas transparentes e seus peixinhos coloridos nos quais chegou a tomar banho. Aquilo me pareceu fantástico diante do que conhecemos hoje do rio Capibaribe e Beberibe, e minha imaginação formou imagens idílicas de um paraíso perdido.

Saber que é possível recuperar os rios, assim como é possível desatar os nós do rio das nossas vidas, e que talvez um vá de par com o outro, me parece cada dia mais plausível. No fim de semana, na praia de Barra Grande, Alagoas, contemplando um braço de mangue desaguando no mar, fui tomada de imensa felicidade por estar comungando com esta energia criativa através do floral, que ressoou em mim como o reencontro deste paraíso perdido, nada mais do que um alinhamento profundo com a natureza. Mil idéias afloraram, ecoando com outras que emergiram hoje no Sítio União, de integrar algum projeto com crianças (e adultos) para se aproximarem da natureza através da brincadeira, mas com profundo alinhamento.

Entre a França e Kaká Wera, alguma coisa me chama, em todo caso trás esperança, que era o nome da jangada ancorada perto do mangue, onde vi minha alma exultar.

Ainda persistimos em nossos questionamentos, dores e incertezas, mas começo a acreditar que algum novo sentido, escondido nas brumas deste despertar, está se assinalando.

Não sei que curas podem ter advindo para cada um de nós hoje, as questões foram muitas e entrecruzadas, mas senti ficar mais palpável alguns projetos que andam caminhando conosco há algum tempo, crianças, natureza, árvores... Talvez, de alguma maneira, possamos juntar alguns talentos e fazer um trabalho espiritual de natureza... E estamos aguardando alguns partos prometidos, além da criança de Simone, tais como livros, Quicks, e praça do Baobá, e outros...










terça-feira, 7 de abril de 2009

Somos frutos, sementes, árvores, somos flores.


Nossa! Acho que em vez de relato, caberia aqui um silêncio profundo de semente, bem aconchegada no úmido da terra, sonhando sonhos cósmicos.

Estariamos virando, de vez, árvores?

A copa de um flamboyant conversa comigo no meu corpo etérico enquanto escrevo aqui. É aquele que fica na calçada, do outro lado da padaria Cidade-Jardim, onde costumamos fazer uma pausa antes e depois do Sítio União.

E me lembro agora que Vida, guia de Telma, nos disse isso hoje, estamos nos exercitando a sermos árvores de um bosque, uma vivendo em sintonia com as outras, e com seus pássaros e suas copas estreladas.

Outro dia, comentava-se que muitos dos homens da minha família paterna são meio glabros. Isso, por conta dos índios Cariris, de quem, em parte, descendemos. O que, para mim, algum tempo atrás, pareceria meio folclórico, hoje se torna fonte de sabedoria. Quero conhecer mais as matas com as quais esses antepassados se relacionavam em harmonia, e das quais se sentiam parte. Porque, meu Deus, buscamos sempre saber quem seria nosso melhor colonizador, se portugueses ou holandeses? Acho que ainda não penetramos nos corações de nossas árvores.

Falar em árvore e coração, recebemos a mensagem de Vida de que as árvores gostam dos corações que os namorados cavam em seus troncos. São para elas como tatuagens de amor. Penso aqui comigo se isso vale também para aqueles amores meio desesperados e românticos que às vezes são os que levam a esses gestos?

Telma foi besuntada de óleo de castanha de caju, seu corpo se refazendo do cansaço dos atendimentos da segunda-feira. As árvores como curadoras, doando de seus frutos para acalentar Telma que havia doado seus frutos da alma, mas se sentia preguiçosa.

Surgiu a questão do merecimento. Às vezes temos dificuldade de aceitar aquilo que já recebemos, e, às vezes, chegamos a rejeitar por algum tempo os presentes do universo, porque não nos julgamos merecedores. Seja Fátima com sua maravilhosa casa, seja eu com minha viagem à França, seja...

Senti que alguma coisa está sendo preparada pelos anjos. De repente me vejo impelida a ver a possibilidade de viabilizar o projeto relativo a árvores com que fomos sensibilizados há um ano atrás (me lembro desta meditação com bastante clareza). Coincidência atrás de coincidência vão me dando amigáveis puxões de orelha que vão me alinhando com esse propósito. Primeiro, surgiu mesmo em forma desta meditação de um ano atrás. Depois, o desejo de Telma, que compartilhamos em seguida, de fazer a praça em torno do Baobá da Ponte d'Uchoa (em que ponto estará?). Depois, o plantio do Baobá no Sitio União. O recente envolvimento de Telma com projetos para cidades saudáveis. E, sua visita aqui em casa, trazendo o livro "O chamado das árvores" para minha mãe. Deu uma espécie de declique, algumas perguntas que ela me fez sobre o instituto que está sendo montado, e que acho, poderia ser uma instituição passível de abrigar estes projetos com árvores (ainda não sabemos como nem quando, mas coisas já se mexem muito concretamente dentro de mim, como a semente se aconchega na terra úmida). Ao dar uma olhada no livro "O chamado das árvores" vejo que o comentário da capa é o mesmo que minha mãe fez a Telma sobre elas: estão sempre aí, mas não notamos elas, é como se sempre fizessem parte de nossa paisagem, mas não as incluimos realmente. Surpreendi-me a ler o mesmo, em outras palavras, na apresentação do livro. Meu Deus, acho que é como diz o James Redfield, seguir "os recados" pode ser como viver uma pequena aventura de detetive dentro de sua própria vida.

Sinto que estamos sendo "projetados" fora do nosso carrossel original, ao qual sempre voltamos para nos divertir às terças-feiras, como no e-mail que Telma nos enviou de Blumenau, quando sentiu a dinâmica de como seria nosso trabalho (ver neste Blog "Cartas da Alma", e ver ou rever também "Mary Poppins", a cena onde os cavalos do carrocel se soltam e vão passear nos campos ingleses!)

Ao mesmo tempo, é bom saber do acolhimento, um tanto uterino, das meditações das terças. Obrigada, anjos e amigos.