quarta-feira, 20 de maio de 2009

O processo do MORRER pode ser com ALEGRIA ?

Saí da meditação ontem com esta tarefa! Como posso vivenciar processos do morrer, de uma forma mais alegre e desapegada?? Me peguei durante o dia com uma saudade enorme..... da minha mãe. Liguei para ela, e contribui um pouquinho para que a semana dela pudesse ser, bem do jeitinho que ela gosta, alegre!!! Fiquei bem melhor, logo após!


Para não deixar morrer este espaço que Mariana deixou, (para viver Paris ....rsrsr). Resolví superar meus medos de me expor e ao desapegar-me de mim mesma, estou descobrindo novas possibilidades de aprender a me comunicar.


Os nossos anjos nos levaram para uma linda cachoeira fluindo. E muitas crianças brincando com as suas águas, nos mostravam como podemos simplesmente nos permitir esta sensação de fluidez contínua do prazer de estar vivo.



Quando pensamos na morte, estagnamos este fluir. Eles nos disseram....Por isso eles consideram as crianças, com suas brincadeiras, as grandes mestras do desbloqueio das correntes da vida! Ainda posso me lembrar do barulho das crianças brincando nas águas que acessamos. Foi assim que também pudemos sentir a chegada dos avós em outro círculo de luz se aproximando e se permitindo participar de uma forma serena e leve, desta atmosfera de alegria. Pude sentir também que estávamos sendo observados por outros seres nas montanhas , que completavam a nossa paisagem. Logo a seguir nossos anjos nos presentearam particularmente. Para Fátima lhe mostraram a sua boneca Barbara que foi roubada, ou seja - tinha morrido - mas que ela podia fazê-la renascer. Para mim um disco de cura com meus novos projetos inscritos, para eu fazê-los girar..

Compartilhamos, como sempre, aprofundando mais os presentes recebidos, através das inpirações das cartas do caminho sagrado: Fábio- com o escudo da Sabedoria e da gartidão. Ivete- Partilha e Renovação. Fátima- Recolhimento e Silêncio. Tona - Auto-confiança e Telma - Fertilidade.
Estou me sentindo assim, nutrindo mais uma sementinha que esta Meditação Criativa está oferecendo para todos que desejarem chegar por aqui. Hum!!! Vejam o que nasceu hoje, em nosso jardim!!!!


Bom Dia Telma, antes tarde que mais tarde ainda...
"A meditação me levou a um encontro entre pessoas idosas e crianças num lugar onde havia uma cachoeira. Uns brincavam, outros se banhavam e o nosso grupo observava atentamente o que desenrolava, orgulhoso da produção. A cena confirmou a importância de, nos encontros do Baobá Meditacion, abrir espaço permanente para sintonizarmos com as necessidades essenciais de nossos pais e "descotonetizar"*a comunicação com nossos antepassados, reverenciando-os e prestando atenção aos sinais de presença. Nossa criança interna precisa acionar a alegria e distribuir a todos os idosos que nos circundam. Chamo atenção a conexão com a carta do caminho sagrado que retirei: Partilha/Renovação – Reunião de Tendas, Novos e velhos amigos, Troca de Histórias, Contadas e Recontadas...Deixando cantar as cordas da alma de nosso povo. Um chamado para se juntar a outros e renovar alguns aspectos da vida. Abração, Ivete L.
*Descotonetizar - Termo que Ivete poderá definir melhor, caso vc. deseje!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos (Caetano Veloso - Oração ao tempo)




Fiquei sem saber se escreveria hoje ou não, mas o fato é que ainda não viajei concretamente. Então tento fazer o relato de uma meditação que escorreu por minha alma como a areia do leito do rio seco que visualizamos hoje.

Cada um de nós acessou uma paisagem interna diferente a partir do mote dado pelos anjos, do leito seco, da areia macia. A areia e o leito se transformaram, com a condução de nossos anjos, em ampulhetas do tempo. Acho que a partir daí ficou bem nítido a questão do fluxo. Que fluxo imprimimos a nossas ampulhetas do tempo? Esquecemo-nos da água, e só contemplamos a areia escorrer pela abertura estreita da ampulheta? O anjo chamou nossa atenção para isso, e imediatamente foi possível darmos vazão a um fluxo muito maior, que passou por nosso chacra coronário de maneira abundante, e se transformou para uns em cachoeiras, para outros em quedas e desvios, ou na contemplação da imensidão do Rio São Francisco. Foi possível perceber assim como tendemos a limitar nosso campo de visão, e precisamos de lembretes para saber que temos sempre mais possibilidades do que percebemos.

A areia colorida se deposita em desenhos nas garrafinhas artesanais, ou forma mantras passageiros nas mandalas, e na ampulheta de nosso corpo vai se depositando às vezes em artrites e outros achaques que precisamos dissolver, ou em sabedoria disfarçada em beleza. Alongar, permitir o fluxo passar, não reter as mandalas mas deixa-las ir para dar espaço a novos desenhos de nossas almas, sem deixar de saborear a impressão que elas deixam, como ficou vibrando a cor e a luz dos limoeiros que me apareceram à beira do rio seco e que salpicaram de luz verde minha alma.

A matéria tempo pode ser modificada por nossas intenções e pensamentos. Permanecer um leito seco, onde podemos brincar de rolar, ou encontrar um fluxo de água, com estrelinhas brilhando em suas gotas. Às vezes seco, às vezes cheio, correndo para o mar (sempre para o mar, como diz Ivete, mas podendo se divertir no caminho em saltos, quedas e cachoeiras, como lembrou Fábio).

Que compasso queremos imprimir a este fluxo interno do tempo? O tempo é arte, dizem os Maias, arte de encontrar a essência cósmica que nos guia e alimenta (como o Maná), saindo do leito linear (areia pura) e indo para o leito de água que traz outras dimensões do tempo, nas quais podemos mergulhar e encontrar sintonias insuspeitas entre o tempo de dentro e de fora.

Beijos,

até a volta.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Os anjos nos ajudam a manifestar nossa essência (e ficam felizes por isso!)


Ao chegarmos no Sítio União hoje, fomos recepcionados por flores e borboletas, uma delas vibrava beijando uma flor de mesma cor. Entramos na casa de Fátima, transformada pela leveza dos anjos e das flores, ressoando alegremente com a mata em torno. Os jarros estavam delicadamente habitados por flores tropicais da mata, e a felicidade delas ao nos recepcionar era quase palpável. Tona notou que até as cigarras haviam mudado o compasso de seu canto, não mais com jorros dramáticos mas em sintonia com as luzes e as sombras da mata, retocando a atmosfera.

Não havia como não comemorar esta transformação, uma celebração da natureza acolhendo nossos espíritos em mutação. Mas ao som de Tona cantando "Agonia" de Oswaldo Montenegro, conversamos sobre o que estamos vivendo neste momento: a inquietação de tentar conseguir materializar projetos que abarquem uma concepção de comunhão com a natureza, da comunhão com nossa dimensão espiritual, quando as máquinas públicas são emperradas, e dissolvem as intenções que muitas vezes não conseguem chegar à fase de materialização (neste ponto anoto comentário de Telma: muitas vezes há até verba, mas não se consegue impulsionar as intenções suficientemente. Será que a intenção deve funcionar independentemente da verba porque aí sim, a verba viria de onde está para materializar a intenção?).

Ajudados por Lori Wilson e Grand-Mother, fomos em espírito nos sentar embaixo da grande mangueira, cuja copa se espalha deliciosamente em sombra e aconchego. Lá, fomos convidados a colocar dentro de sacos de cimento todos os entraves e dificuldades que encontramos no caminho da manifestação criativa de nossas missões. Essa noção de missão é extremamente centralizante e nos coloca novamente no eixo de nossa caminhada, abarca todas as dimensões de nosso ser. Em algum lugar de nosso trabalho estamos cumprindo nossa missão. Foi assim que sentimos em relação à decisão de Brenda em permanecer ou não no serviço público: ela passa por essa avaliação de alma, não apenas pela das circunstâncias externas.

O Baobazinho havia sinalizado que queriamos que fóssemos vê-lo, desde o princípio. Mas esta visita se revestiu da energia de uma cerimônia porque fomos propulsionados a ir até lá na intenção de ajudar Ivete a restaurar seu espírito para lidar com as dificuldades de seu pai enfermo. A caminho do Baobá, notei como as flores todas se manifestavam: desde as margaridas até a flor da colônia pareciam se colocar no nosso caminho para que as víssemos. Já em torno do Baobá, seres alados inusitados para mim surgiram: libélulas com asas pintadinhas de preto sobre o transparente, "zigue-zagues" completamente verdes, sons de insetos desconhecidos. Todas essas pequenas aparições se revestiram para mim da sensação do poder criativo da natureza, capaz de nos presentear com pequenas surpresas tão vivas quanto nós, e me pareceu que o mundo podia ser pintado de outras cores (libélulas verdes, porque não, e com asinhas pintadinhas de preto, porque não, e porque não a nossa alma podendo também revelar outros matizes pouco usuais, surpreendendo e encantando?).

No final de nossa roda de cura em torno do Baobá, me senti integrada numa nova fraternidade. Ali, naquele momento, curas se processaram em vários níveis. E o Baobá, que nos ofereceu seu acolhimento, fez de nós crianças que se encontraram profundamente nesta brincadeira, como as brincadas na infância, quando o espírito já lhe sinalizava sua essência (como disse a mensagem que Brenda tirou nas Cartas do Caminho Sagrado, precisamos estar refletindo nossa essência para não nos depararmos com um estranho ao olharmos no espelho).

Na volta para a padaria, uma surpresa: passamos pelo Baobá da Encruzilhada, que nenhuma de nós sabia onde ficava! E já na padaria encontrei com um amigo que tinha sido um Baobá, e que perdeu 1oo kg! Fiquei imaginando que árvore ele seria agora, mas sua voz e seu olhar permaneciam estranhamente os mesmos. E me lembrei do que haviamos recebido como recado: é o momento de fazer manifestar nossa essência, não escondê-la embaixo dos quilos ou de outras defesas que vamos acumulando ao longo do tempo. Mudamos e somos os mesmos, é muito estranho e mágico, mas é preciso não nos desconectarmos de nós mesmos, para não correr o risco de não nos reconhecermos no espelho.