Embalada pela gripe, assisti ao filme "O Código da Vinci", e fui dormir com a cabeça cheia de símbolos e encaixes... A realidade como um grande caleidoscópio, tudo se toca, e tudo é transformado por esse contato...
Que peças estamos escolhendo para colocar no nosso caleidoscópio hoje, o que optamos por focalizar e transformar?
Foi um pouco assim que vivenciei a meditação de hoje, minha mente o tempo todo girando em torno do que eu poderia vir a escrever aqui... Nada parecia fazer realmente sentido, até que percebi que eu estava no nível da mente, ela chacoalhava com peças de pedaços de vida...
Lembrei-me da academia que freqüento, e da brincadeira de cricket que fizeram no intervalo das máquinas, me remetendo a férias que passei na França onde brincamos de cricket... Sem querer, marquei pontos durante o jogo na academia, pois havia na minha memória esta experiência... Acharam que eu era craque, mas não, eu estava apenas reproduzindo uma experiência, enquanto dificilmente ali alguém a tivera (quase não há cricket no Brasil). Esses dois momentos se tocaram dentro de mim encaixando pedaços de vida distantes de cerca de 30 anos... As coisas se ajustaram de uma maneira mágica, estranha, entusiamante... Eu podia ter novamente 15 anos no impulso de vida, e meu olhar seria transformado com esse vôo no tempo... Mas, e aí...? Nada, a não ser a constatação de que a vida se renova, experiências retornam e já podemos vê-las com olhos amadurecidos, a angústia ou a expectativa já estão amaciadas por quem, como nós, se conecta aos anjos...
E se esses ciclos acontecem na nossa vida pessoal, porque não na vida de um grupo, ciclos se fechando e se renovando? Foi isso que constatei quando finalmente consegui formar minha árvore, visualizar a árvore do grupo, sobre a qual o sorriso terno e circunspecto de Samanta pairava, com uma ligeira ironia bem humorada...
Estariamos fechando um ciclo? Que novas coisas virão? Peças chacoalham no nível mental, mas num nível mais profundo o sentido de tudo isso parece transpor as barreiras do que estabelecemos como metas ou razões para a existência do grupo... Tentamos planejar, ou mesmo desplanejar o planejamento, deixando as coisas virem por si só em nossas meditações, e neste deixar vir vai se delineando em filigrana um propósito mais profundo, que nos ultrapassa muitas vezes mas que nos reconecta com as coisas belas e simples da vida, como amizade, natureza, tranquilidade, transformação a partir do coração...
Que bom, enquanto o ano vai chegando ao fim, poder constatar que estamos caminhando, e que temos cada vez mais capacidade de perceber a presença dos anjos nas pequenas e grandes coisas de nossas vidas... Um 2009 visualizado com muita Paz e Amor nos nossos caleidoscópios!