quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Produzindo nosso mel, caminho do desabrochar


Socorro! (rsrsrs!). O O Ba-obá parece estar sob nova administração: os anjos falam mais rápido e concatenam as idéias de maneira tão precisa, que, se perco uma frase, não consigo refazer o caminho do pensamento. Não tenho curso de taquigrafia... Sugiro a presença de um gravador durante nossos encontros, pois, assim, a essência da mensagem ficará melhor preservada. Na última meditação, senti dificuldades em acompanhar o fluxo do raciocínio, e vou tentar, sabendo que haverá algumas lacunas, refazer o percurso do que nos foi passado... Desejem-me boa sorte!

Assim que entramos no canal meditativo, os anjos sugeriram-nos lembrar o processo exposto na meditação anterior: "1, captar; 2, absorver; 3, distribuir". Estes passos, segundo eles, possibilitarão o cultivo paciente do desabrochar. Neste processo, surgirá uma interação expontânea com a beleza de, por exemplo, um sorriso desinteressado, com o seu acolhimento. A flor se encanta com o sorriso de quem a vê.

E acrescentaram:

"Prossigam assim em todos os seus caminhos, se encantando com tudo, com os sorrisos, mas também com os emburramentos e distanciamentos.
Assim como a abelha vai em busca de flores específicas, com uma beleza e sabor que lhe proporcionem a produção de um mel especial (vide o filme "Um doce olhar"), e continua sua busca até produzir o suficiente do melhor mel possível, assim é o processo do desabrochar.

Compartilhar o que já existe é também muito importante (aqui me surge o "Quick", obra de Telma que espera ser manifestada, maturando pacientemente num espaço quântico). Desapegar-se do que já produziu, e prosseguir buscando a perfeição no processo de produção do melhor mel, é outro exercício do desabrochar; e nem tudo está sob controle, mas se processa junto com o universo, com o Sol, o Ar, a Terra e a Água.

Precisamos, ao mesmo tempo, aceitar os momentos de lentidão do corpo, como a borboleta aceita seu momento de lagarta no casulo, e a aparente insegurança de tudo o que construímos, dos pontos de apoio com que contamos, assim como a crisálida confia no apoio da folha.
A construção se faz passo a passo, e imagine-a como uma capa constituída da síntese amorosa de todos os casulos que se está elaborando. A capa é síntese, proteção, e ajuda a ir a qualquer lugar".

Percebi-me como borboleta, lagarta, casulo, sentindo como esses vários momentos convivem e se harmonizam, numa síntese viva.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Corpo criativo

Ao entrarmos no canal meditativo, os anjos nos orientaram a prestarmos atenção na energia que captamos, no processo de sua assimilação, na sua distribuição pelo corpo e na eliminação do excesso, lembrando o que havia sido dito na meditação anterior, onde os pássaros foram nossa fonte de inspiração.
Os anjos nos alertaram que o excesso de estímulos a que estamos expostos torna difícil os assimilarmos e mantermos o foco no que é essencial. Ao nos imaginarmos árvore, podemos sentir como são importantes nossos galhos, pontos de captação da energia que precisará ser purificada e destilada quando entrar no corpo. Precisamos então deixar que os rins, os pulmões, e todos os órgãos de purificação façam seu trabalho, permitindo que a terra receba o excesso, sabendo que a água e o ar podem ajudar neste processo.
Se observarmos as árvores, veremos que, quando não podem assimilar o que estão captando, param os seus processos, só abrem suas folhas, por exemplo, quando finalizam a assimilação.
Nós, seres humanos, continuam os anjos, somos muito estimulados e não prestamos muita atenção aos processos: captar, assimilar, purificar e liberar... É como uma música a qual precisamos estar atentos, e não precisamos nos envergonhar de criarmos este ritmo.

Ao criarmos o melhor para nossa árvore humana, teremos o melhor da terra e dos céus. Ao abrir espaço no corpo para a captação, a assimilação e a distribuição da energia, estaremos criando todo um novo mundo, e potencializando nossos processos criativos, melhorando nossa capacidade de focar...
(Interessante como os anjos estão se tornando bastante didáticos...)

Lições passarinhas

No início da meditação, Telma nos confidenciou que dormira mal pois seu ouvido a incomodou durante a noite... Seu corpo cansado tremia enquanto meditávamos, e os anjos nos disseram que, assim como os passarinhos, ela não estava conseguindo assimilar a energia. De fato, eles muitas vezes tremem quando há excesso de carga.

Então, os anjos nos levaram a nos conectarmos com o nosso passarinho, nos perguntando se o sentíamos assustado ou encantado, e qual era a árvore à qual ele se ligara. Então, voamos em círculo por sobre a sua copa, orientados pelo nosso guia espiritual, que nos mostrava onde estavam as flores; assim como acontece com os passarinhos, nosso olhar abarcava todas as possibilidades em flores e frutos. (Nesse ponto, achamos interessante notar esta lição dos anjos, e prometemos observar melhor o vôo dos pássaros).
Procuramos as flores em nossa árvore pessoal, beleza que ancora na terra, e transpusemos o exercício para o nosso cotidiano, sobrevoando-o em círculos, nos dando conta de que flores temos colhido ultimamente no âmbito dos estudos, do lazer, do trabalho, dos relacionamentos,etc...

Os pássaros, nos disseram os anjos, se conectam através de seu canto, e reconhecem o significado de suas mensagens. Quanto a nós? Como está sendo nosso exercício de ouvir? Talvez haja "passarinhos" que temos ouvido com prazer, enquanto evitamos outros.

Enquanto eles amam o vento e o sol, os elementos ar e fogo, nós somos mais ligados à água e à terra, que são elementos mais densos e pesados. A água só consegue existir em seu corpo na quantidade adequada, numa lição de parcimônia e equilibrio. Podemos aprender com os passarinhos a balancear os elementos, e, principalmente, a nos comunicarmos com nossos semelhantes. Assim fazendo, estaremos diminuindo a distância entre os dois mundos, o nosso e o dos passarinhos.
Observar o vôo dos pássaros, o equilíbrio da leveza, nos abrindo para a compreensão do nosso semelhante e para o nosso interior foi uma mensagem inesperada por sua exatidão nos detalhes, com informações novas e desconhecidas para nós. Sentimo-nos mais abertos para nosso interior e para o próximo.














domingo, 24 de outubro de 2010

Passado, Presente, Futuro, árvores encantadas.


Cheguei tarde na meditação, mas ainda a tempo de pegar o início da parte silenciosa da mesma, e logo mergulhamos em seu canal especial, com os anjos nos pedindo para imaginarmos uma semente aos nossos pés, que ia crescendo e se transformando em árvore frutífera.
As árvores são portais que nos transportam no tempo, nas dimensões internas e externas, e em seu silêncio cheio de reverberações encontramos tesouros em lembranças, revelações, aberturas para novas formas de ver a vida.
Cada um de nós acessou sua árvore, e Telma, nos comunicando onde seu anjo a levara, revelou-nos seu sentimento de estranheza diante da árvore de fruta-pão no quintal da casa paterna. (Esta árvore, por sinal, é originária da Indonésia e da Nova Guiné).

Este estranhamento evocou todos os outros e as dificuldades que sentimos na vida, de, por exemplo, mudar de paladar, passar por um caminho inusitado, sair de hábitos consagrados.
Tomar consciência de novas dimensões da vida pode passar por essas pequenas mudanças de hábito, e o anjo nos sugeriu abrirmos um espaço para elas todos os dias. Toda manhã, podemos nos abrir para um sabor novo, um espaço diferente, para uma pessoa que costumamos rejeitar e que representa um desafio. Podemos pedir um suco que nunca experimentamos, um prato que nunca provamos antes.
Temos tendência, nos lembraram os anjos, de associarmos o novo com o futuro (e neste momento me vem a sensação de que nada parecia-me tão novo quanto cada dia vivido na infância, e que hoje é meu passado).
Telma lembrou-se de como deliciava-se diante da fritada preparada por sua mãe, e se deu conta de que hoje, ao evitar comer carne bovina, estava fechando um acesso às suas memórias do passado. Os anjos então completaram dizendo que não devemos nos fechar nem para o passado, nem para o futuro, e que as decisões rígidas podem ser um entrave à experimentação.

O passado e o futuro nos são evocados pelas sensações (vide Marcel Proust e seu biscoito com chá), e os anjos nos sugeriram uma viagem até os 8 anos, para nos darmos conta do que desejamos então, e do que reprimimos também. Depois, ao fazermos uma conexão com os desejos de hoje, nos despedimos agradecendo pela nova abertura de visão trazida por nossos anjos e árvores, encantados com a possibilidade nova que entrevimos no passado, com sua gama de sensações que podemos sempre acessar, tesouro velho que pode no entanto nos renovar a alma.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pomar, Perdão, Abundância da Alma

Três palavras foram trazidas pelo anjo de Telma para nos ajudar a contemplar o ano que vai chegando ao fim: reconhecer, agradecer e compartilhar seus ganhos...

O anjo nos convidou a entrar em nosso pomar interior e visualizar o que nele está sendo cultivado. Ficamos em silêncio profundo: foi um passeio de reconhecimento e de espanto. Me senti como uma cortesã medieval em seu jardim de delícias. Na Idade Média, na Europa, os jardins eram cultivados para que se pudesse desfrutar dos sentidos, com o perfume das flores, o sabor das frutas, a doçura da aragem, a beleza das plantas, enquanto se passeava por caminhos e labirintos formado pelas árvores e arbustos. Apesar de constatar que os frutos de meu pomar ainda estão amadurecendo, fui iluminada por uma luz que vinha de frutos espirituais mais antigos, e que encantam o jardim interior. Frutos e anjos pareceram ser uma mesma coisa, neste momento.

Por sua vez, Telma foi surpreendida pelo fato de que havia concluído ainda este ano um curso de botânica Goethiana em São Paulo. Foram tantas coisas que aconteceram que lhe parecia difícil que também este curso tivesse tido lugar.
Para Fátima tantas coisas frutificaram, em suas várias facetas, de psicóloga e de artista, de ser humano, e ela verificou como tem feito um exercício profundo de tentar manter-se fiel a si mesma... Além de nós três que estávamos fisicamente presentes, os anjos nos levaram a agradecer a presença virtual de nossos companheiros de meditação Salete, Yuri, Tona, Brenda, Neuzinha.

E, novamente, entramos na energia do Perdão, exercício que nos ajuda a recriar nossas vidas, a ser e poder doar nossos frutos, a renovar nossas conexões que adquirem novos sentidos.

E, lembrando o que Ian White define como dízimo: doar às pessoas que nos inspiram em nosso caminho de alma, gesto que impulsiona o fluxo da abundância, por nos conectar com a preciosa sabedoria do universo criativo ao reconhecê-la no outro, pode ser um exercício que podemos vir a desenvolver cada vez mais em nosso dia a dia, no ano que se encerra e no outro que aos poucos se anuncia...
Beijos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sob o Signo do Perdão e da Abundância




De volta de Pipa, do curso de florais da Austrália ministrado por Ian White, Telma e Salete nos trouxeram alentos novos para trabalharmos a questão da abundância em nossas vidas.

A importância do perdão como elemento fundamental para que o fluxo da abundância volte a fluir de forma harmoniosa, em consonância com um ritmo mais próximo ao da natureza e ao de nossas necessidades será trabalhada neste final de ano.

Para começar, é bom fazer um processo de limpeza interna profunda, varrendo os ressentimentos de nosso altar interior, assim como varremos os cómodos de nossas casas, criando um mágico vácuo que pode agora acolher experiências mais leves e prazerosas, e mais condizentes com nosso momento de vida.

Pouco ao pouco, perdoando a nós mesmos e aos outros, vamos abrindo uma nova clareira dentro de nós, capaz de acomodar com mais conforto nosso ser interior.

O fluxo da abundância pode então correr, trazendo a sensação de prazer por estarmos em sintonia com o cuidado e o amor que o universo quer nos proporcionar e para os quais nos abrimos finalmente.

E o anjo de Telma nos disse: "Nesta época, não dá para não viver a abundância, o país vive uma época de abundância. Este é o momento de limpar sua vida, e de observar como sua árvore está florindo para dar frutos. Com delicadeza e aceitação, se perdoe por tudo o que você acha que não conseguiu fazer até agora. Veja o que precisa se perdoar hoje. Observe os galhos de sua árvore, e veja o que não cresceu em harmonia com os outros. Oriente-o para que ele possa se desenvolver. Veja o que você mais gosta de fazer e olhe para sua árvore, veja como estão os frutos que ela quer doar".

Este exercício tornou claro para alguns de nós quais as coisas que nossa alma deseja doar, quais os frutos que queremos produzir para doar. Per doar... Encontramos a ligação entre abundância, perdão, e doação. Na medida em que participamos da abundância do universo com nossos frutos da alma, e os doamos, perdoamos a nós e aos outros, e compartilhamos de seu perdão...

Beijos...










quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Bicicletas transcendentes, novos caminhos do universo


Incorporei aos poucos o novo ritmo dos anjos, são novos tempos. E o tempo foi nossa temática da terça 31.08.
Às vezes, ficamos no passado. Talvez por não conseguirmos visualizar a leveza que o presente pode ter. Comparando nosso corpo com um carro, os anjos nos disseram que às vezes freamos, andamos de ré, mas que hoje vivemos uma época super moderna. Porque não tirarmos o carro do freio, colocarmo-lo na marcha certa, e aproveitarmos a delícia de deslizar na velocidade adequada.
A bicicleta antiga que levamos no corpo pode ser substituída por uma de marcha, que nos levará a diminuir nosso esforço, e a nos aproximar da sensação do vôo. Ao eliminarmos entraves como o julgamento, que nos emperra como a bicicleta envelhecida, e diminui nossa tolerância e a possibilidade de parcerias, podemos voar como ET, no filme, e seremos ajudados por vários seres a transcender, a entrar nas ciclovias novas do universo.
Se imaginarmos os ciclos de tempo como ciclovias, podemos entrar no circuito do dia, da semana, do mês, e, acompanhando o fluxo do tempo, ir seguindo a inspiração para dar espaço e acolher o nascimento, o florescimento, a materialização, e a liberação dos nossos projetos, afazeres, criações, etc...
As imagens deliciosas que os anjos nos proporcionam através de Telma são um refrigério para a alma e nos ajudam a entrar no tempo novo e a construir uma nova maneira de viver. Lembrei, claro, do calendário Maia, todo em ciclos de vários tamanhos e significados, como o da onda encantada que traz o tom de um ciclo de 13 dias, ou o dos meses, que são 13 circuitos anuais de 28 dias, nos quais exercitamos os tempos diversos da criação, desde a descoberta dos nossos propósitos no primeiro mês do ano, até a transcendência no último.
Perceber este movimento em círculos do tempo é calmante e tranqüilizador. Nos reconectamos com a natureza e seus ciclos, ficamos mais pacificados com o fato de que tudo tem começo, meio e fim, e pode recomeçar em outro circuito, em outra velocidade ou vibração. Acho que é o que estamos também vivenciando na meditação, um novo momento, que nos levará por estradas novas e mais leves, se colocarmos nossa bicicleta na marcha apropriada a um belo passeio pelas paisagens da alma.

Encontros de árvores


Um novo ciclo se abre na meditação, e, talvez porque estava me adaptando ao novo momento, não consegui anotar quase nada ultimamente. Só no encontro do dia 24.08 pude, enfim, com uma certa tranqüilidade, escrever alguma coisa. Talvez o novo ciclo pedisse uma gravação sonora, para podermos colocar o som direto no blog, podendo dispor assim da versão escrita e da versão áudio... uma idéia levantada já há algum tempo, e que, talvez, no futuro, coloquemos em prática.
Até o tom da voz de Telma mudou, me deixando perdida, sem saber se tratava-se da mensagem ou de uma conversa coloquial. A volta de Neuzinha e de Salete, trazendo um novo alento, novas visões e informações, transformou também a dinâmica do encontro, permanentemente maleável, apesar de uma estrutura básica permanecer em filigrana: a abertura do encontro se faz com nossas conversas espontâneas, muitas vezes girando em torno de temas que afloram naturalmente, trazidos pelas experiências de cada um, ou por reflexões, intuições, ou pela necessidade de compartilhar algo específico. A reverberação que os relatos causam em cada um acontece espontaneamente, a energia vai circulando, curando, suscitando lembranças, incômodos, espelhamentos. Quando este momento vai se acalmando, entramos naturalmente no canal meditativo, com silêncio, luzes, ventos, visões, aconchegos, e a mensagem que os anjos encaminham através de Telma.
Essas mensagens parecem, ultimamente, estarem concatenadas umas às outras, me deixando surpresa com esta nova continuidade: o anjo fez menção, numa delas, ao que tinha sido dito na meditação anterior. Neste momento, senti-me em falta por não ter conseguido anotar quase nada então. Havia perdido o novo fio da meada, mas o conteúdo principal havia ficado: o Sorriso como equilíbrio, como encontro com a beleza, como conexão com a alma. O Sorriso em suas diversas “camadas”, aquele que é externo, e aquele que brota do âmago da alma, um reverberando o outro. Chega sempre como uma mensagem com sua vibração específica, e elemento de encontro com a liberdade.
Nesta última terça pude anotar, mal ou bem, alguma coisa. Mas o principal se impõe de imediato: Telma falou em reverberação das árvores. O que cada árvore transmite, em vida, em conexões, em fervilhar de mundos microscópicos, não nos é palpável. Assim como as árvores, disse o anjo, também nos conectamos e reverberamos vida.
“Vocês ficarão encantados com os relacionamentos que estabelecem, com o quanto reverberam em vida. Não há porque se exigir tanto, as exigências limitam a reverberação da vida”.
“Às vezes, as pessoas reverberam coisas de que você pode ou não gostar. Seja o que for, aprenda com elas. Nem sempre essas reverberações serão borboletas, às vezes poderão ser estrume”.
A falta de reverberação das plantas de matéria plástica nos deixa perceber o significado do que o anjo nos assinalou como mundos de vida relacionados a uma árvore. Às vezes, comentou ele, pensamos que somos de plástico, mas nós, como as árvores, reverberamos níveis de vida diversos, e nos conectamos através dessas reverberações. E nos sinalizou: “Não se esqueçam do significado de cada encontro”.

domingo, 15 de agosto de 2010

O caminho do sorriso


Falamos de âncoras, falamos de pipas e de sorrisos. As âncoras por causa da alimentação: os anjos nos assinalaram que, para buscarmos ancoramento na terra, podiamos fazê-lo através da dedicação e receptividade às crianças, aos idosos, às pessoas, acolhendo seus sentimentos e manifestações. É que às vezes, até mesmo inconscientemente, buscamos nos ancorar tornando-nos mais pesados corporalmente, ingerindo comida em excesso para sentir nossa materialidade no mundo.

Pipas porque meu irmão Gusto, que faleceu, sugeriu através de Telma que juntos as empinassemos de maneira a alçarmo-nos na direção dos céus, recuperando nossa alegria essencial, buscando não embaraçar nossos cordões respectivos. Este exercício, uma brincadeira visual simples, trouxe um jubilo e uma renovação do sentido da vida. Particularmente, me lembrei da alegria do meu irmão, que tinha um humor permanente em ação, gentil ou cáustico, e rebelde. Isto me incentivou a ir em busca de minhas alegrias pessoais, certamente diversas das deles, mas que podem ficar lado a lado e reverberar uma à outra. A pipa também me sugeriu a conexão espiritual, nossos anjos: é só querermos alçar nossa pipa aos ventos que sentiremos sua vibração do outro lado da linha.

O equilíbrio dessas duas conexões, para cima e para baixo, parece ser uma arte a que devemos nos exercitar no dia a dia: tentar não nos deixarmos sobrecarregar pelo peso das conexões humanas, fazendo delas um instrumento de aprendizado e doação, no que nossa conexão com a pipa angelical pode ajudar, lembrando que somos seres essencialmente alegres e de movimento, apesar dos ancoramentos necessários.

O resultado deste exercício pode ser o sorriso, como revelação deste contato com nossa essência, com nossa beleza interior, como nos assinalaram os anjos na última terça. Os diversos níveis em que podemos sorrir também testemunham deste jogo de ancoramentos para cima e para baixo, essas conexões que nos ajudam a nos mover no mundo e que também nos revelam.

sábado, 31 de julho de 2010

Ventos, Golfinhos, Papinhas e Fumaças: brincando sem sair do lugar


Nas últimas semanas, temos constatado, durante as meditações, uma interelação tão evidente entre certos elementos que deixamos isto de lado, incrédulos. A repetição deste fenômeno em mais de uma terça, e o comentário leve de Telma, fizeram com que eu tomasse consciência dele.

Na última terça, Brenda conduziu a meditação com ajuda de um sininho, e invocava o vento a se juntar a nós, a nos ajudar a soltar o pensamento. Em sincronia com os movimentos do vento, ela nos inspirou a ir entrando em nosso espírito e participar de uma dança interior com o vento. Esta sintonia parece ter ficado tão afinada que, no termino da meditação, quando comentava sobre o vento, e pronunciava a palavra "vento", ele soprava em uníssono.


Eu havia visualizado, no centro do nosso círculo, um anjo ancestral que preparava uma papa com gestos amorosos, e depois ofertava-a de boca em boca, a cada um de nós. Para cada um, ele colocava na papa o que precisavamos em cura e consolo, como uma mãe. Quando tirei a Carta do Caminho Sagrado, ela falava de alimentação, fazendo uma conexão com minha visão de logo mais.

Isso sugeriu a Telma o comentário desta interconexão que já havia ocorrido, quando, ao imaginarmos uma fogueirinha no centro de nosso círculo, e ao tirarmos as Cartas do Caminho Sagrado, muitas delas falavam em fumaça.


Estas ligações entre diversos elementos me sugeriu o filme "Amor além da vida" que, retratando o mundo espiritual, mostra como nossa imaginação cria nossos cenários nessas dimensões. Estariam essas "coincidências" nos revelando suavemente que estamos nos tornando mais co-criadores, ou mais conscientes de nosso papel de criadores?

E quando mencionei a meditação para os Oceanos, com os golfinhos como anjos nos ajudando na transição planetária, não nos foi difícil imaginarmo-nos como um bando deles, e rimos a toa, e sentiamo-nos cavalgando ondas, ou deixando-as passar por cima de nós, numa brincadeira interior que nos animou enquanto o vento batia em consonância com nossas emoções.

domingo, 25 de julho de 2010

Dançando e recriando


Na terça-feira passada, o encontro meditativo se viu acrescido da presença de Neuzinha e de Salete, o que trouxe um alento novo e estelar ao grupo. O Ricardo também veio enriquecer nossa reunião, brindando-nos com cânticos xamânicos dos índios norte-americanos, como um bálsamo.

Entramos por novos portais, a partir da eclipse do dia 11 de junho, e sentimos que estamos adentrando um novo tempo, onde o encontro do obaobá deve também tomar novas dimensões.

Escrevo aqui hoje, dia 25 de junho, dia fora do tempo do calendário Maia, e sinto toda a profundidade da energia que hoje se derrama sobre nós. É como se irmãos mais velhos espirituais, os golfinhos, e os seres das estrelas estivessem velando por nós de forma profundamente amorosa, acalmando nossas inquietações e abrindo uma nova página e uma nova consciência em nós.

Essa nova abertura se traduziu no nosso último encontro na orientação dos anjos para que dançassemos a dança mais próxima ao nosso espírito. A dança nos torna seres qüânticos, abrindo nossa energia para as possibilidades de ser e de estar no espaço e no sentimento. O trabalho criativo na meditação propicia que mesmo os não-dançarinos como eu possam sentir a alma bailando. Como pequenas estrelas podemos nos juntar à poeira cósmica e recriar a paisagem interna.
Uma fogueira imaginária e os cânticos de Ricardo transformaram o todo numa cerimônia, abrindo uma nova página na caminhada do obaobá.






quarta-feira, 14 de julho de 2010

Monges modernos




Escrever no Obaobá é sempre uma brincadeira e uma descoberta, porque o que se viveu ou disse na meditação dá margem para uma nova síntese, que se revela posteriormente. O espaço da criatividade dá a possibilidade de encontrar novas pepitas nas entrelinhas do que dissemos ou sentimos.

O que vivemos ou o que os nossos próximos ou menos próximos experimentam é muitas vezes o material de base para as mensagens dos anjos. A partir do que colocamos como questionamento, eles criam a mensagem que engloba a situação em foco e vão mais fundo e de forma mais ampla, envolvendo uma temática e apontando caminhos interiores.

Desconfio que tenho a alma meio rebelde, naturalmente, pois apesar de me esforçar em me disciplinar, sempre há momentos em que fujo das regras, até como uma forma de sentir o valor das regras, o valor mais profundo que há na disciplina. Quando sinto que estou resvalando na disciplina pela disciplina, me desassossego e rompo com o tratado. Enquanto a disciplina puder conter a essência, como o leito do rio acolhe às águas e percorre um caminho, eu me conformo a isto, ou se sinto que há um trabalho interior acontecendo no esforço regular.
Considero este espaço que me coube de redigir o relato da meditação como este exercício de disciplina. Às vezes penso nos monges que copiavam os manuscritos e que o faziam com regularidade e paciência.

Não sabemos bem onde vai dar o Obaobá. Dizemos isso às vezes, verbalizando uma perplexidade momentânea pela permanência de uma prática que começou na farmácia Sal da Terra, passou uma temporada no Espaço Logos, fez excursões regulares no Sitio União, e aportou no apartamento de Telma. Acredito que os espaços por onde a meditação aconteceu também moldaram seu conteúdo, sua abrangência. O micro e o macrocosmos estão em permanente interação, os temas se entrelaçam, as experiências de uns reverberam nas experiências dos outros, o que foi dito ou vivido serve como apoio a uma experiência posterior, e uma mensagem dos anjos sentida profundamente ecoa no meio de uma vivência como um holograma.

Nesta última meditação, quando os anjos nos falaram sobre a importância de sabermos o que estamos desejando, pois o que desejamos são sementes que podem ou não germinar, dependendo do que fazemos para tal, mas que as sementes permanecem na terra de nossa alma, me dei conta da importância deste jardim potencial que criamos com nossos desejos. Essas sementes de sonhos esquecidas podem conter a essência do desabrochar de nossa alma. Talvez tenhamos esquecido de sonhar os bons sonhos, e os tenhamos soterrado. Dar uma examinada nessas sementes pode ser um bom exercício para ir ao encontro de seu caminho mais profundo de alma. Quem sabe, em algum momento, tenhamos sonhado em fazer parte de um Obaobá?

sábado, 3 de julho de 2010

Sorrindo eu pretendo levar a vida, pois chorando eu vi a mocidade perdida



Hoje escrevo fora do cronograma normal. Já se passaram mais de duas meditações, e não consegui mais escrever aqui. Antes, me parecia tão fácil a mensagem angelical, mas nas duas últimas semanas não foi assim.

Acho que foi Tona quem disse que às vezes a mensagem dos anjos é tão sutil que ela não vem nem em palavras, nem em imagens, chega em filigrana na vida.

E foi sobre isso que estivemos falando, sobre a linguagem utilizada pelos anjos, pela vida, para nos passar a mensagem, a cura necessária.

Para Telma, isso chegou numa mimosa imagem de um vaso de porcelana novo sobre uma mesa antiga, que foi o recado que os anjos lhe deram a respeito do dente que ela precisou implantar. Uma imagem gentil e delicada, que varre os possíveis tabus relativos a dentes, e que pretendia consolá-la do medo que sentia. A beleza pode também consolar, porque traz um significado transcendente.

De uma certa forma, as idéias preconcebidas em relação à beleza, à idade, foi também o que nos foi passado na meditação do dia 15. A percepção das gerações como o ciclo da vida, uma roda gigante na qual estamos em cima ou embaixo, subindo ou descendo. Sem perdas nem ganhos, a vida simplesmente é movimento. Quem está no início do ciclo, com sua pele lisa, vai ainda crescer para poder contar as coisas da vida (e confesso aqui que senti muitas vezes inveja dos mais velhos falantes e contadores de história, entre eles meus irmãos mais velhos, que, claro, tinham um panorama mais amplo da vida, e assim podiam enchê-la de um significado que eu não alcançava), e quem já vai se enrugando conta a vida, e as mãos lisas e as mãos enrugadas se entrelaçam numa grande roda.

As gerações são a roda da vida em movimento, nos disseram os anjos. Unam-se pelo riso, nos recomendaram eles, e assim a roda girará de maneira mais alegre. Penso agora que às vezes não conseguimos aceitar com tranquilidade e naturalidade nosso lugar na roda da vida, e a emperramos; em vez de rir ao vento, e fazer do tempo um aliado, nos agarramos em alguma idade, pois, como disse alguém, queremos viver muito, mas não queremos envelhecer.

Entender que a vida é movimento, e que só a desfrutaremos se aceitarmos este encantamento, e o encantamento do tempo que traz mudanças, inclusive o envelhecimento, é uma nova chave para o riso, para o espírito, para a amizade conosco mesmo, e com as gerações mais novas e mais velhas.

Ri melhor quem riu muito e continua a rir, e o riso pode ser a medida pela qual vivermos, assim como o brilho dos olhos, e não as rugas, que são um revestimento sagaz a nos ensinar a passagem do tempo, e a despedida paulatina.

PS: Os anjos nos disseram mais algumas coisas sobre isso, e tenho certeza de que Telma percebeu muitas outras mais, e que Tona e Fátima perceberam outras tantas, e que, como num caleidoscópio, todas as percepções poderiam formar um novo desenho, e mostrar novas interpretações possíveis do que vivemos. Espero sempre que outros possam colocar um pouco de seus relatos...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os campos da alma


Um frescor campestre tomou conta de nossos espíritos nesta meditação, quando nossos anjos nos ajudaram a ir fechando o ciclo do primeiro semestre do ano, sob a forma de uma colheita de frutos.
Imaginamos um cestinho ao nosso lado onde fomos colocando os frutos de nossa colheita sazonal, alguns maduros e brilhantes, outros murchos ou apodrecidos e contemplamo-os antes de destiná-los, os primeiros a se juntarem e irem colorir de energia o mundo, os últimos a alimentar a terra se transformando num adubo maravilhoso. Os frutos ainda verdes foram envolvidos com carinho em paninhos macios para ajudá-los a continuar sua maturação.

Contemplando nossos cestos vazios, ficou mais fácil perceber com que frutos gostariamos de preenchê-los a partir de então, e em nosso pomar criativo eles nos sinalizaram sua presença brilhando como maçãs de ouro. O vazio que se fez em nossos cestos foi então preenchido das intenções positivas que emitimos para os meses vindouros, nos juntando assim alegremente aos ciclos da natureza, que no vazio ou na plenitude estão sempre carregados de significados.

Tenho sentido desde então, com uma certa surpresa divertida, meu pé esquerdo como uma papa de maçã, que ao apodrecer penetra na terra, para servir de adubo, lembrando a consistência destas papinhas para bebê, que foi a forma que minha imaginação encontrou de continuar o esvaziamento dos frutos da minha dispensa sazonal...

Boas colheitas e renovações!

sábado, 29 de maio de 2010

Alegria e organização



Cuidar de nós mesmos é cuidar dos outros; honrando o sagrado em nós honramos o sagrado no outro... Quando conseguimos enxergar a luz dentro de nós somos como uma vela que acende a outra, numa festa de aniversário...

Chovia intensamente e os anjos nos disseram para deixar a chuva entrar dentro de nós, deixá-la penetrar nosso ser como uma cachoeira, limpando tudo... Organizar a partir de dentro...

Abrir novos espaços internos para que a arrumação externa se faça com naturalidade e amplidão...

Precisamos nos cuidar: absorver e transmitir luz é nossa tarefa, mas por sermos como esponjas, também nos contaminamos com as sombras, o que pode afetar nossos órgãos, nos explicaram os anjos. Nossos órgãos internos precisam estar felizes e saudáveis como nossos órgãos externos, que são nossa família, nossos amigos, nosso trabalho, e todas as atividades que exercemos. Uns estão ligados aos outros, e precisamos estar sempre com o coração no coração de nosso momento, de nossa atividade.

Como está nosso coração em cada momento, mas como está também nosso estômago em cada momento? Ele está roncando, ácido, ou dolorido? Ele também quer ser cuidado como o coração. Os anjos compararam a alegria do coração quando vamos ao cinema, a um espetáculo, ou dançar à alegria do estomago quando o alimentamos de forma a fazê-lo alegre.

Assim como precisamos estar sempre renovando nossos ambientes externos, faxinando-os, mudando os móveis velhos, assim precisamos fazer internamente, buscando a construção de um bom funcionamento dos nossos órgãos internos. É preciso fazer as mudanças necessárias com muita paciência, e pedir paz para poder cuidar de si. Estamos ligados à construção da paz no Planeta, e ao fazermos estas mudanças internas, estaremos ajudando na paz externa...
As mudanças de alimentação, de regimes de exercícios etc... deve ser buscada por cada um de nós de maneira paciente e amorosa... Guiados pelo sentido da alegria, da amorosidade, podemos encontrar as formas de nos cuidar que nos façam mais felizes.

Em seguida à mensagem dos anjos, recebemos recados da Yellow Walking Iris, cheia de luz na varanda de Telma.

Como enquanto a recebi fui transmitindo oralmente, não pude anotar, mas em grandes pinceladas vou tentar colocar algumas coisas do que nos disse:

"O riso é algo que organiza, também, pois nos conecta com o nosso espírito. Quando rimos, organizamos nosso ser interior, e portanto, nosso exterior também...

A nossa chama da alegria está sempre acesa, mesmo quando chove dentro de nós. Recontactar com esta chama é sempre possível, e ela reorganizará o sentido das coisas para nós, mesmo nos momentos mais sombrios..."

Beijos.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Palavra boa de habitar fundo o coração do pensamento (C.Buarque)



A luz do sol entrando na sala e em nossas almas (é incrível como o sol às vezes incide numa parte interna de nosso ser, durante a meditação, e não só na sala do apartamento), sons externos, vozes internas, sofrimento e alívio, e um exercício novo de silêncio que nos foi dado desenvolver nesta última meditação, nos movimentaram muito internamente.

Não houve mensagem explícita dos anjos, não houve nada dito por Telma a priori, e ficamos vagando ao sabor do nosso mundo interior. Pensei até numa greve de palavras por parte de nossa amiga, e fiquei num aguardo doloroso de suas mensagens sempre tão coloridas e aconchegantes. Mas, paciência... Às vezes é preciso silenciar, para ouvir novos sons entre nós, para abrir novos espaços internos que desenhem novos espaços externos.

Senti muito desconforto do lado esquerdo do peito, e me pergunto agora se esses sofrimentos eram meus, ou se vieram de não sei que lado do mundo para serem aliviados, como o foram posteriormente. Reverencio agora este trabalho dos anjos, que ressoa em mim com uma dimensão franciscana, "onde houver tristeza que eu leve alegria", e apesar de ter arrastado uma certa melancolia semana afora, sei que aquela dor foi consolada, e vi a luz atravessar minha alma.

Voltando do silencioso momento para partilharmos as mensagens das cartas do Caminho Sagrado, Telma nos revela que os anjos lhe falaram do valor da internet como meio de entrarmos em contato com nosso interior, como um espaço de interiorização rico de possibilidades... É o que sinto sempre que escrevo aqui no Obaobá, a alma é banhada e guiada para além do burburinho do dia, e me são reveladas as palavras que me ajudam a descortinar um novo sentido da experiência.

Para não me perder no caminho, havia combinado com Telma e comigo mesma que iria reproduzir aqui apenas as mensagens dos anjos, e não a parte da meditação que Brenda comparou com humor e propriedade com o programa "Saia Justa", onde Maitê Proença brinca dizendo que se trata ali de psicanálise selvagem. De fato há sempre pelo menos estes dois momentos em nosso encontro, o dos anjos falando, e aquele em que compartilhamos nossas preocupações e opiniões a respeito de assuntos os mais diversos.
Bom, dessa vez quem ficou numa saia justa fui eu, em busca de inspiração, mas vi que os anjos abriram com o silêncio a possibilidade de refletir sobre a liberdade que existe aqui, saltitando quanticamente com cada letra do teclado.

Arrivederci amici!

terça-feira, 11 de maio de 2010

A poesia da árgila



Argila maleável foi o presente dos anjos nesta meditação, onde Telma, Brenda e eu estivemos de corpo presente, e onde muitos compareceram em espírito, numa espécie de facebook espiritual, que se abre a cada terça, e que a sensibilidade de Telma nos sinaliza.

"Não existe nem bem nem mal", disseram os anjos, respondendo a colocações que haviamos feito anteriormente, "existe a vida". Descobrir a matéria "tão fina" de que ela é feita, transcendendo as noções usuais de bem e mal, dualidades que parecem, vistas a partir dos espaços sagrados que criamos, uma generalização, foi uma das facetas do exercício com a árgila.

Na meditação, os anjos nos conduziram a nos sentar ao sopé de uma montanha, ouvindo os sons das águas de um riacho, abençoadas pelo vento leve que trazia aconchego, e nos presentearam com bolinhas de argila que surgiram ao nosso lado.

Fomos convidadas a esculpir com elas o que precisassemos, desejassemos, indo ao encontro da necessidade de cada uma, e pudemos acessar um dos sentidos profundos da criação. Criamos o que precisávamos e também o que nos confortava, o que nos esclarecia, o que acendia em nós direções e estrelas de Belém.


Completadas com cores e cozidas no fogo de um forno, nossas esculturas ajudaram a dar novos sentidos à vida, juntando as peças de um quebra-cabeça em forma de árvore, como para Telma, formando um móbile com flores e planetas, como para mim, redirecionando o sentido da cura, para Brenda.

A revelação de significados mais profundos para os momentos que vivemos, ou de um novo sentido, é um processo de criação muito prazeroso e lúdico, nos conecta com nossa criança interior e com o sentido de nossa existência. Um quebra-cabeça é feito de peças desconexas que de repente começam a fazer sentido quando organizadas de certa maneira. Buscar este sentido no que nos é apresentado diáriamente em nossas vidas pode ser um exercício de revelação e de aprofundamento de seus cursos. Podemos fazer do pão-argila nosso de cada dia uma fornada que sacia o corpo, ou uma nova criação, um pão com ingredientes que reverberam em outras esferas do nosso ser, quem sabe, com pitadas de anís, de gengíbre, ou hortelã, pitadas de memórias ou de sonhos...
Materializamos na árgila o que ia em nossas almas, em nossos espíritos... Pareceu-nos que isso é o que precisamos fazer cada vez mais, ir ao encontro destes apelos, e, com carinho, esculpir nossos sonhos, pois eles correspondem a um sentido mais profundo, um quebra-cabeça que nossos espíritos trabalham em silêncio para nos revelar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Em busca do fluxo gentil do rio delicadeza

Para onde vai a delicadeza, quando vamos para o mundo das coisas concretas... A gentileza e a delicadeza do mundo invisível, dos anjos, que estão sempre prontos a nos ajudar a permear nosso mundo e nossas ações com gentileza, pode ser uma referência sempre accessível ...

A delicadeza brota naturalmente quando estamos sendo gentis conosco mesmos, e quando buscamos nosso conforto no mundo. Esse aprendizado às vezes passa por extremos desconfortos, mas alguém gentil, ou nossa alma gentil toca seu acorde, e acordamos, para o mundo delicado que estava recôndito em nós.

Dessa vez foram os anjos que nos guiaram para o fluxo do rio delicadeza, levando-nos a imaginar uma cachoeira numa montanha, e nosso corpo se transformando na água desta cachoeira em busca de seu leito, abrindo um caminho confortável, tendo o sol e o vento como guias.

Fomos depois levados a inspirar profundamente e a imaginar um cesto onde colocar todas as questões que sentimos nos afastar da gentileza. O peso das preocupações ali acumuladas foi sendo dissolvido por uma luz verde, emitida por nosso anjo pessoal. Para nos ajudar a nos despojar delas completamente, pediu-nos para retirá-las de nós assim como tiramos uma roupa, sabendo que não somos essas vestimentas, não somos essas preocupações.

Fomos conduzidos a escolher uma roupa presenteada pelo universo, e, nos sentindo leves e fresquinhos com elas, colocamos os cestos de preocupação no centro do círculo, deixando que o rio as levasse, o sol as dissolvesse e a terra as acolhesse.

Sentir a natureza acolhendo e dissolvendo as preocupações nos fez voltar a um estado original de inteireza, engraçado e interessante, como se o que haviamos acumulado em inquietações tivesse ido se alojar numa paisagem e se tornado parte dela, como naqueles jogos dos sete erros em que descobrimos detalhes destoantes ou diferentes em fundos semelhantes, uma paisagem antes e depois de termos lançado nelas nossas aflições.

Internamente a paisagem se fez mais clara, e as preocupações foram assimiladas e transformadas na natureza, pelo amor profundo dos quatro elementos, pelo fogo, a água, a terra e o ar, numa alquimia divertida e profunda.

Até a próxima...

Abraços.









terça-feira, 27 de abril de 2010

Verde que te quero flor


Queria voltar a escrever aqui quando estivesse me sentindo como agora: um misto de saudade e felicidade.

Voltar a cultivar este espaço do O Ba-Obá é um retorno, e um recomeço, como voltamos das férias escolares, sabendo que os desafios que virão serão recheados de boas surpresas, que podem acontecer no recreio ou no cerne de uma frase dita por alguém, por acaso, ou por um sorriso reverberando a presença dos anjos bem próxima.


Hoje, eles nos conduziram para uma cura tranqüila, com as cores como auxílio: o vermelho e o amarelo representando os tons da terra, e o que queremos ou precisamos nela transformar, em nós transformar. O azul do céu chegando, se misturando a eles e produzindo o milagre do verde, cor da cura, da compaixão e da união, onde tudo se resolve em flor.


Os anjos disseram-nos: "Todas as brigas, questionamentos, se dissolvem e se resolvem no verde. Nele, o poder criativo da alma se traduz em flor, em fruto".


"Quando a semente estiver seca, coloque-a no coração da terra. A força da água e do sol vão presentear a sua germinação, a germinação de você. Honre quem você é".


E nos imaginamos em forma de árvore, de árvore em flor. É uma estado de descanso e plenitude, porque somos de forma completa e respiramos no verde e nas flores.


Fomos convidados a imaginar o verde em forma de bola luminosa percorrendo nossos diversos corpos, alinhando, curando nossa energia. "É necessário muita força neste momento para vocês organizarem o corpo diante do caos".


O lado esquerdo e o direito de nossos corpos foram unidos num movimento esférico, assim como o tronco de uma árvore, receptiva ao que alimenta vindo dos céus, e construindo seu próprio céu, de aconchego e nutrição.


Sentimos esta nutrição sutil, um néctar doce para a alma, redespertando e acendendo os caminhos interiores da cura e da união. Oba!